Um tucano em busca de outro ninho. Por Moisés Mendes

Atualizado em 5 de fevereiro de 2022 às 14:56

Publicado originalmente no blog do Moisés Mendes

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

Muita gente foi driblada por jornalistas tucanos e acreditou mesmo que Eduardo Leite perdeu as prévias no PSDB e começou a preparar as malas para estudar no exterior.

Jornalistas amigos espalharam essa notícia como se fosse algo que só eles soubessem. O tucano não concorreria à reeleição, transmitiria o governo ao sucessor e viajaria para os Estados Unidos ou a Europa.

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Leite não vai arrumar mala nenhuma para viajar. A mala está sendo arrumada para, se surgir um bom convite, abandonar o ninho tucano e desembarcar no partido que o acolher.

Qualquer partido que não seja um desses de aluguel da extrema direita. Mas pode ser um parecido com esses.

Lauro Jardim escreveu no Globo que, além de Gilberto Kassab, que deseja Leite como candidato do PSD, há os que enxergam o tucano bolsonarista no União Brasil, por desejo de um pessoal do DEM.

A direita ainda sonha com Leite, porque aconteceu o que era previsto. Ninguém dos que se apresentaram como terceira via emplacou até agora.

Nem Sergio Moro, nem João Doria. E os que estavam se preparando desistiram antes, como Luciano Huck e Luiz Eduardo Mandetta. Outro que se prepara para desistir é Rodrigo Pacheco.

A terceira via se deu conta de que ningugém quer saber de uma alternativa fraca a Bolsonaro entre esses que estão aí, para enfrentar Lula. Porque todos são muito ruins.

Até o Podemos de Sergio Moro pode tentar atrair Leite, se for confirmado mais adiante que o ex-juiz suspeito não tem condições de ir adiante.

Muita gente imagina que Leite pode se apresentar como a surpresa. Mesmo que essa surpresa seja um nome que se elegeu como candidato aliado de Bolsonaro, depois se declarou gay, admitiu que errou ao vincular seu nome à extrema direita, mas nunca disse que se arrependeu.

Leite é um político marcado pelo que fez em 2018 e que não há como camuflar. Foi um bolsonarista de ocasião, misturando-se aos candidatos do fascismo e fazendo alianças com o que existe de pior na extrema direita gaúcha.

Vendeu a alma ao bolsonarismo e agora dificilmente irá conseguir resgatá-la. Os movimentos que fará, saindo do PSDB e aderindo a um partido que irá usá-lo como o novo, são arriscados.

Se não der certo, ficará dependurado no pincel, porque não tem relação com nenhuma das siglas citadas. É uma jogada de alto risco.

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