Ucrânia faz desfile com soldados russos para mostrarem ‘arrependimento’

Atualizado em 7 de março de 2022 às 17:59
Ucrânia faz desfile com soldados russos
Ucrânia faz desfile com soldados russos / Reprodução

A Ucrânia fez um desfile com soldados russos capturados no front perante a imprensa para mostrarem ‘arrependimento’. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) lembrou que os inimigos capturados devem ser tratados com “dignidade”, e a Rússia acusou as autoridades ucranianas de “torturar” os militares russos.

Na sexta-feira (4), autoridades da Ucrânia alinharam 10 soldados russos sob as luzes de neon de uma redação de Kiev, com os rostos desenhados ou arranhados. Foi a segunda vez em uma semana que os serviços de segurança ucranianos (SBU) realizou essa prática.

O CICV destacou por meio de um comunicado que, de acordo com a Convenção de Genebra, “prisioneiros de guerra e detidos civis devem ser tratados com dignidade e protegidos em todos os momentos de maus-tratos e exposição pública, inclusive em imagens que circulam publicamente nas redes sociais”.

A agência de notícias AFP perguntou ao ministério da Defesa da Ucrânia e ao SBU sobre a situação, mas eles se recusaram a falar. Oleksii Arestovich, conselheiro da presidência, limitou-se a pedir “tratamento humano aos prisioneiros” em um vídeo e lembrou que os países ocidentais que apoiam a Ucrânia continuam vigilantes.

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Desfile de soldados russos na última sexta-feira

Na última sexta, os combatentes russos foram colocados em fila e vendados com fita adesiva no local da coletiva de imprensa, sede da agência de imprensa ucraniana Interfax. Eles avançaram segurando os ombros um do outro para não cair, segundo um jornalista da AFP.

Eles foram guiados a uma sala onde assistiram vários vídeos. Acredita-se que imagens são de bombardeios devido ao barulho escutado. “Zhytomyr, Kharkiv, Chernihiv, veja o que seu exército está fazendo”, disse um oficial ucraniano atrás da porta.

Em seguida, os soldados tiveram que anunciar às câmeras seu nome, sua unidade e em que condições chegaram ao país vizinho. Eles afirmaram ter se oferecido voluntariamente para denunciar as ações da Rússia. Todos garantiram que foram bem tratados pediram para que os russos não acreditem nas “mentiras” do presidente Vladimir Putin.

A Rússia não comentou o ocorrido, mas o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Igor Konashenkov, disse em 27 de fevereiro que os prisioneiros de guerra russos estavam sofrendo a mesma “tortura” que foi aplicada pelos “nazistas alemães e seus capangas”.

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