O presidente do Conselho Federal de Medicina, Mauro de Britto Ribeiro, continua se recusando a questionar a autonomia dos médicos para o uso da cloroquina contra a Covid.
O homem é apenas precavido. Mas deixem de acreditar, ingenuamente, que é apenas por ideologia, porque ele seria um bolsonarista juramentado.
Não é apenas por ideologia. É por causa da Justiça, estúpido.
Se o presidente do CFM cometer a barbeiragem de dizer que a cloroquina não deveria ser receitada, estará abrindo oficialmente o flanco que pode conduzir os médicos receitadores ao banco dos réus, e não só os da clínica da Prevent Senior.
Se o CFM disser que a cloroquina não salva e deve ser evitada, estará subentendido que, além de não salvar, a cloroquina também mata, como muitos médicos sem medo já disseram.
Se o CFM dissesse o que todo mundo sabe, todos os médicos adeptos do cloroquinismo estariam entregues aos advogados que já estão atrás de indenizações.
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O cabeça do golpe
Descobrimos agora o que não deveria ter sido descoberto. Que o fomentador da tentativa de golpe, segundo a Polícia Federal, era Alan dos Santos, o blogueiro que Eduardo Bolsonaro ajudou a fugir para os Estados Unidos.
A informação sobre as articulações de Alan dos Santos estão no blog do jornalista Fausto Macedo, no Estadão.
Seria um vexame. Imaginem tomar um golpe pensado por esse sujeito. E como o cérebro do levante foi o primeiro a fugir para não ser preso?
Deve ter sido esse o motivo do blefe do golpe não ter sido levado adiante. O idealizador do levante fugiu e deixou Bolsonaro sozinho com o cabo e o jipe.
Por Moisés Mendes
Publicado originalmente no blog do autor