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Um trote engenhoso de Haddad revelou ainda mais o caráter do “historiador” Villa e da Pan. Por Kiko Nogueira

Cauby deixa como legado o maior vozeirão da MPB

 

O historiador Marco Antonio Villa caiu numa pegadinha épica em seu programa na Jovem Pan, a rádio mais jabazeira e direitista do Brasil.

Villa, como se sabe, tem uma razão de vida: destruir o PT. É o Godzilla do partido. Desmoralizado na academia, sobrevive dos pixulecos na TV Cultura, na Pan e onde mais precisarem de um papagaio mono obsessivo.

Não é de hoje que ele escolheu Fernando Haddad como sua presa favorita. Fala dele diariamente, sempre com os mesmos argumentos, para a mesma torcida indigente.

Uma amiga psicanalista jura que é furor sexual reprimido pelo prefeito de São Paulo. Eu acredito que seja mais simples: sandice, oportunismo e falta total de talento para falar de qualquer outro assunto.

Um dos truques de Villa é ler e comentar a agenda do alcaide. Sensacional. Venhamos e convenhamos: vai além da conta para o interesse de qualquer um. A não ser para um sujeito claramente desequilibrado.

Se a Jovem Pan se prestasse a algo próximo de jornalismo, uma alma na direção já teria feito uma advertência carinhosa ao professor de que aquilo começa a entrar no terreno da saúde mental — inclusive de quem ouve.

Mas o Villa se deu especialmente mal na manhã de segunda, 16. Esfregando as mãozinhas, olhinhos brilhantes, ele acessou o site da prefeitura e ficou passado com o que viu.

“Esse prefeito está destruindo a cidade de São Paulo”, diz. “Hoje, por exemplo, eu como faço todo santo dia fui abrir a agenda. A partir de 8h30, tem despachos internos e o resto tá branco”.

Prossegue enlouquecido: “Branco! Branco! Branco!”, grita. “Não há nada, nada, nada, nada!”

“A gente brinca com tudo. Até com as tragédias. Ele é uma tragédia. É inexplicável. Fernando Haddad é uma desonra para São Paulo”, berra.

Pressentindo o cheiro do mico, deu uma bronca na maldita sub raça: “Prefeito, o pessoal precisa ficar mais esperto. O stalinismo morreu. O Stalin morreu em 1953, não sei se o senhor sabe.”

Finaliza apoplético como o Color dos tempos do famoso supositório: “Pago meu impostos e exijo que o senhor cumpra a lei!”

O próprio Haddad, em sua página no Facebook, explicou. Foi um trote: “Resolvemos substituir, por algumas horas, a minha agenda pela de outro político, apenas para vê-lo comentar, uma vez na vida, o dia-a-dia de quem ele lambe as botas”.

O nome não foi revelado. Há uma lista de políticos de quem o comentarista lambe as botas. Provavelmente se trata de Geraldo Alckmin, de quem Villa é serviçal assumido.

De Michel Temer não é. A do interino diz o seguinte: “Atualmente não existem compromissos agendados.” (Como assim??? BRANCO, BRANCO, BRANCO!!”)

Já a do Villa — não que alguém se importe — tem, em todos os dias do ano, fotos de Haddad saindo do supermercado e, numa garatuja infantil, produzida com canetinha de várias cores, as palavras “kill, kill, kill”.

 

 

Kiko Nogueira

Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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Kiko Nogueira

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