“Uma perda irreparável e um amigo do Brasil”, diz Dilma

Atualizado em 6 de março de 2013 às 18:11

A morte do presidente da Venezuela acirra as dúvidas acerca de sua sucessão.

People hold candles during a praying ceremony for the health of Venezuelan President Hugo Chavez in Caracas

 

O presidente venezuelano Hugo Chávez morreu nesta terça, dia 5, às 16h25 locais, em Caracas. Acompanhado de aliados e visivelmente emocionado, o vice Nicolás Maduro fez o anúncio em cadeia nacional de rádio e TV, diretamente do Hospital Militar Carlos Arvelo, na capital. “Nós pedimos a todos os compatriotas que sejam vigilantes da paz e do respeito. Assumimos, comandante Chávez, suas orientações e seu projeto”.

No pronunciamento, Maduro avisou que, nas próximas horas, o governo vai informar onde será velado o corpo e dará detalhes sobre o sepultamento. Maduro pediu que o povo enfrente este momento “com o amor que Chávez ensinou”. Horas antes, ele havia atacado o que chamou de ataques da direita venezuelana para desestabilizar o país e informou que dois funcionários da embaixada dos Estados Unidos serão expulsos por sua relação com essas atividades.

A presidente Dilma Rousseff se manifestou: “Em muitas ocasiões o governo brasileiro não concordou integralmente com o presidente Chávez, mas hoje nós, como sempre, reconhecemos nele uma grande liderança, uma perda irreparável e, sobretudo, um amigo do Brasil”, disse. “Deixará no coração, na história e nas lutas da América Latina um vazio. Lamento, como presidente da República, e como uma pessoa que tinha por ele um grande carinho”.

Chávez foi vencido pelo câncer contra o qual lutava há dois anos. Não aparecia em público desde que retornou do tratamento em Cuba, no mês passado. O exército venezuelano está de prontidão. Segundo a Constituição, o presidente do Congresso, Diosdado Cabello, assume interinamente até que novas eleições sejam convocadas em até trinta dias.

Tanto chavistas, como opositores atuam como se estivessem em campanha eleitoral. Do lado governista, o próprio Chávez indicou que caso “algo” lhe acontecesse, seu “sucessor” nas urnas deveria ser o vice-presidente Nicolás Maduro, que tem sido exposto quase que diariamente às câmeras de televisão inaugurando obras governamentais e ensaiando longos discursos, numa tentativa de emular o líder venezuelano.

Entre os opositores, o presidenciável mais cotado é o ex-candidato e governador Henrique Capriles, que foi derrotado por Chávez nas urnas em outubro do ano passado. De acordo com pesquisa realizada pela empresa Hinterlaces, 50% dos venezuelanos votariam em Maduro se as eleições fossem hoje, contra 36% dos eleitores que optariam por Capriles.