Vacinação privada é projeto eugenista das classes dominantes. Por Gilberto Maringoni

Atualizado em 6 de janeiro de 2021 às 9:04
Profissional de saúde prepara dose da vacina contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech em Ashkelon, sul de Israel, no dia 20 de dezembro. — Foto: Gil Cohen-Magen/AFP

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Por Gilberto Maringoni

A vacinação privada é o grande projeto eugenista e de higienação social das classes dominantes brasileiras.

A iniciativa pretende imunizar 5 milhões de pessoas – 2,5% da população -, contingente no qual estão setores da alta classe média para cima.

Ou seja, os eternos beneficiários do abismo social e os ainda denominados formadores de opinião.

Com a vacinação do topo da pirâmide social, será reduzida enormemente a pressão de opinião pública pela prevenção em massa, por uma campanha nacional de saúde pública e por mais verbas para o SUS nos meios de comunicação.

Teremos algo semelhante ao que ocorre na segurança pública, em que os de cima isolam-se em bolhas de condomínios fechados, ruas particulares, cercas elétricas e vigilância privada.

A periferia segue com operações brutais da polícia, balas perdidas e tiros na cabecinha.

Com a vacinação privada, a Covid-19 em pouco tempo passará às condição de doença de pobre.

E o negacionismo científico assumirá claramente seu caráter funcional.