O que está por trás do vai-e-vem de Doria

Atualizado em 2 de abril de 2022 às 7:38
João Doria
O ex-governador de SP, João Doria

João Doria tentou trair Rodrigo Garcia, mas a coisa não funcionou. O DCM apurou que não é real a versão de que o agora ex-governador de São Paulo ameaçou continuar no cargo para forçar uma posição do diretório nacional do PSDB em favor de sua candidatura à presidência.

Essa é a história que Doria inventou e foi comprada pela imprensa. A realidade dos fatos é outra.

Sem perspectivas na corrida presidencial, sem apoio do próprio partido, Doria tomou uma decisão no fim de semana e começou a pôr em prática na manhã de segunda-feira, 28: queria se manter no governo e tentar a reeleição.

Informou colaboradores próximos e convocou um encontro do secretariado para anunciar a decisão.

Deu com os burros n´água: todos os colaboradores do primeiro escalão foram unânimes em se posicionar contrários, afinal o acordo previa a renúncia e o apoio à candidatura do então vice-governador, Rodrigo Garcia, em dois de outubro.

Neófito na política, Doria esqueceu alguns detalhes: Garcia já havia assumido compromissos orçamentários com 55 deputados estaduais e 200 prefeitos.

A reviravolta proposta pelo gestor embaralhava toda essa negociação. Para piorar, nem o chefe do cafezinho do Palácio dos Bandeirantes crê na possibilidade de Doria vencer a eleição à presidência, tampouco garantir a reeleição no estado.

Rodrigo Garcia, o vice que quase foi traído, jogou duro. Anunciou que romperia politicamente e, com uma base parlamentar de 55 deputados na Alesp, iria trabalhar pelo impeachment.

Doria, então, não teve outra saída senão inventar a tese de que a ameaça de continuar no governo de SP tinha o objetivo de coagir o diretório nacional do partido.

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Agora, sem mandato, sua situação se complicou de vez.

Magoado, Rodrigo Garcia informou a aliados que vai tocar o restante do governo de forma independente, sem considerar o ex-titular do cargo.

No âmbito nacional, Doria perde força já que é unânime a versão de que sua candidatura é uma barca furada.

Para usar uma expressão comum no segmento de negócios, sua real especialidade, Doria virou um produto micado que ninguém quer.

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