Confira 6 vezes em que Exército ‘passou pano’ para golpistas acampados no QG

Atualizado em 7 de janeiro de 2023 às 23:16
Acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército em Brasília. Foto: Wilton Junior

O Quartel-General do Exército, em Brasília, foi palco de atos violentos nos últimos dias, cometidos por militantes bolsonaristas que não aceitam a posse do presidente Lula e que seguem acampados nos arredores da instalação militar acreditando que “algo” pode acontecer. O portal UOL elencou seis casos (apenas nos últimos dias) em que os militares fizeram vistas grossas aos acontecimentos e não agiram da forma adequada. O local é patrulhado 24 horas por dia e, segundo o jornal, houve situações em que o Exército acabou facilitando a permanência dos golpistas.

Um dos casos de violência foi quando o governo do Distrito Federal montou uma operação para desmontar o acampamento. “A tarefa não foi cumprida porque o Exército proibiu a atuação da Polícia Militar”, afirmou o UOL. Nesse dia, o Exército se comprometeu a fazer a segurança de fiscais do DF Legal, no entanto a solicitação deles para que fosse feito um cordão de isolamento não foi atendida e foram registradas hostilidades contra os fiscais. “Em vez de afastar os manifestantes, o Exército pede para os agentes saírem. Nós tínhamos cerca de 500 policiais militares em condições (de retirar os manifestantes)”, afirmou Fábio Augustos, comandante da PM do Distrito Federal.

Outro caso foi quando um agente de saúde que fazia trabalho de prevenção contra focos de dengue, no dia 29 de dezembro, foi expulso do acampamento. Ele recolhia água de poças próximas ao QG, quando um trio passou a empurrar e dar tapas no homem. Um criminoso chegou a segurar um pau e ordenar que o trabalhador se retirasse.

No dia 30 de dezembro, uma equipe da CNN de Portugal foi agredida pelos bolsonaristas, que desferiram chutes e empurrões contra um cinegrafista e um comentarista do veículo. Tudo começou quando o jornalista pediu uma entrevista a um manifestante e o questionou sobre o que estava acontecendo. Em seguida, os golpistas cercaram a equipe e passaram a gritar “fora, fora, fora”. “Me deram uma voadora, caí no chão. Deram uma voadora no cinegrafista, que caiu no chão”, disse o jornalista Nelson Garrone. Mesmo com o local sendo monitorado durante todo o dia, ninguém foi preso.

Também houveram outros três episódios de violência nos últimos três dias. Um deles aconteceu na quarta-feira (04), quando o jornalista Marlem Lima foi cercado e agredido com um tapa no rosto. Em volta, os mesmos gritos de “fora, fora, fora”. “Se quisessem (prender o agressor), eles poderiam, porque viram tudo. Viram o cara vindo na minha direção, viram o cara correndo, viram o cara batendo e viram o cara saindo”, relatou o profissional.

Na quinta-feira (5), os militares receberam ordem para retirar caixas d’água de uma área no fundo do acampamento, mas desistiram quando os manifestantes reagiram de forma hostil. O tenente, então, abriu negociação com os golpistas e decidiu fazer um acordo para manter as caixas d’água no local.

Outro acontecimento que deixou clara a conivência do Exército com os bolsonaristas foi no mesmo dia 05 de janeiro. Há 65 dias um caminhão-pipa aparece no começo de todas as manhãs para abastecer de água o acampamento. Na quinta-feira, no entanto, o Exército recebeu a ordem de barrar o veículo, mas desistiu da ação após os manifestantes reclamarem que não teriam como cozinhar, beber e tomar banho.

Procurado pelo UOL, o Exército respondeu que desde ontem ampliou o controle no acesso ao Quartel-General. “Além disso, os militares têm auxiliado na desmontagem de estruturas abandonadas”, afirma a instituição em nota.

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