Venezuela critica nota do Brasil: “Parece ditada pelo Departamento de Estado dos EUA”

Atualizado em 26 de março de 2024 às 18:08
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, e Lula, presidente do Brasil. Foto: reprodução

A governo de Nicolás Maduro na Venezuela respondeu às críticas do Itamaraty nesta terça-feira (26), após o órgão brasileiro mudar o tom e condenar Caracas, pela primeira vez, por bloquear o registro da opositora Corina Yoris para as eleições.

Enquanto o Brasil afirmou que “o impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”, o governo venezuelano respondeu que a nota “parece ditada pelo Departamento de Estado dos EUA”.

Em comunicado, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, repudiou a declaração do Itamaraty e afirmou que o comunicado reflete profundo desconhecimento sobre a realidade política venezuelana.

A nota de Gil reiterou a posição de não emitir juízo de valor sobre os processos políticos brasileiros e enfatizou a necessidade de respeitar o princípio de não interferência em assuntos internos de outros países. Além disso, agradeceu explicitamente a Lula da Silva por suas manifestações de solidariedade.

Corina Yoris não conseguiu protocolar sua candidatura de oposição. Foto: reprodução

Anteriormente, o Itamaraty havia expressado preocupação com as eleições na Venezuela, destacando que o impedimento do registro da oposição é incompatível com os Acordos de Barbados. No entanto, o comunicado também reiterou o repúdio às sanções unilaterais, defendendo a posição brasileira contrária aos embargos.

Essa foi a primeira crítica direta do Itamaraty ao regime venezuelano sob a presidência de Lula. Embora o presidente tenha tentado reabilitar Nicolás Maduro no cenário internacional, o recente obstáculo ao registro da oposição gerou atritos.

A oposição venezuelana indicou Corina Yoris para enfrentar Maduro, mas ela denunciou dificuldades para acessar o sistema eleitoral dentro do prazo de inscrição. Enquanto isso, Maduro oficializou sua candidatura à reeleição sem obstáculos.

Diante disso, o Planalto considerou uma possível crítica pública a Maduro, apesar das repercussões na relação com o aliado histórico. O assunto foi discutido com o assessor para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira

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