Vice-líder do governo intima Bolsonaro e critica sumiço: ‘Chega a beirar a covardia’

Atualizado em 18 de dezembro de 2022 às 21:59
Deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) durante entrevista ao Jornal da Cidade Online. Foto: Reprodução

O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) não poupou críticas à postura adotada por Jair Bolsonaro (PL) após a derrota na eleição presidencial. Durante entrevista ao Jornal da Cidade Online, o vice-líder do governo na Câmara disse que o atual mandatário “não tem o direito de estar em silêncio” e que sua atitude “beira a covardia”.

“Subi à tribuna essa semana para pedir ao presidente Bolsonaro que tome uma decisão e que comunique essa decisão ao seu povo. Seja ela qual for. Mesmo que seja a mais triste e dolorosa, de que nada será feito”, inicia o parlamentar.

“Mas o silêncio do presidente, e pior do que o silêncio do presidente, as frases enigmáticas, as fotos enigmáticas… isso está fazendo tão mal ao povo. Isso chega a beirar, e eu sei que a palavra que eu vou usar é muito forte, mas isso chega a beirar uma covardia, uma manipulação do povo”, declara Otoni de Paula.

O parlamentar acrescentou que Bolsonaro corre o risco de se apequenar caso não mude a postura perante os apoiadores, já que “pessoas estão se divorciando, estão com crise no casamento porque resolveram acampar mais de 40 dias na frente de quartéis”. O deputado ainda diz que “brasileiros estão em situação lamentável, movidos pelo amor à pátria e pela confiança ao presidente da República”.

“Ele não tem o direito de estar em silêncio ou de liberar frases enigmáticas. O presidente precisa falar claramente ao seu povo. Se ele não fizer isso, sairá pequeno. Sofrerá a maior derrota de todas, que não será a das urnas, porque nas urnas, ele ainda saiu grande demais, com um capital político maravilhoso. Mas, se não parar de blefar, aí sim sua derrota terá sido avassaladora”, afirma o bolsonarista.

Durante a conversa o deputado federal ainda relata sobre um encontro que teve com Bolsonaro dias após a derrota nas urnas e que o encontrou “muito abatido, já com aquela ferida na perna” e “psicologicamente muito abatido”. Otoni de Paula diz que teve “certeza de que nada seria feito” naquele momento.

Na mesma entrevista o parlamentar pediu para que bolsonaristas deixem os acampamentos em frente aos quartéis porque eles “serão presos”. “Eu vou ser chamado de traidor por aqueles que acham que o presidente Bolsonaro vai agir, e eu, olhando na sua câmara, digo: não vai. E digo, não se iludam. E digo mais, saiam das portas dos quartéis, vocês serão presos e não haverá ninguém que os defenda”, disse o deputado.

O bolsonarista ainda diz ter certeza de que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ordenará a prisão de parlamentares. “Só está esperando o recesso parlamentar para nos prender. Não tenho dúvida disso”, declarou. “Quem ele quiser prender. ele vai fazer isso com sorriso no rosto, o mesmo que ele deu quando disse que ainda tinha muita gente para ser preso e foi aplaudido”, respondeu após ser questionado sobre quem poderia ser preso.

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