VÍDEO – “A PRF tem vergonha do senhor”: Contarato enquadra ex-diretor do órgão na CPI

Atualizado em 20 de junho de 2023 às 17:39
Fabiano Contarato e Silvinei Vasques na CPI do 8 de janeiro

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, prestou depoimento nesta terça-feira (20) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro. Durante a sessão, ele negou que o órgão tenha agido para atrapalhar as eleições de 2022.

A “Operação Eleições” fez uma série de blitze em todos os estados do país em 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno. Segundo a PRF, o foco era evitar possíveis crimes eleitorais.

Após ouvir as respostas de Silvinei, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) apresentou, durante a tarde, documentos que desmentiam as declarações do ex-diretor-geral. “Quero lembrar ao senhor que falso testemunho é crime”, alertou o parlamentar.

O senador ainda disse que servidores da PRF sentem “vergonha” de ter tido Silvinei como líder da instituição. Contarato afirmou que as operações no Nordeste tinham o “objetivo de impedir a votação dos eleitores” do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Essas operações no Nordeste tinham, sim, o objetivo de impedir a votação dos eleitores. E mais uma coisa, dizer que o STF proibiu o porte de arma, isso já está estabelecido no artigo 141 do Código Eleitoral de 1965! […] Além disso, o senhor postar fotos, enquanto diretor da PRF, participar de reuniões e promover ações deliberadas no segundo turno, especialmente no Nordeste […] não é verdade que a maior quantidade de armas foi apreendida no Nordeste, posso comprovar com o anuário: em Minas Gerais, foram 27.1043 mil armas apreendidas; na Bahia, 4.074”, revelou o senador.

Em seguida, Contarato afirmou que Silvinei contribuiu com os ataques de 8 de janeiro. “São fatos, senhor Silvinei, e contra fatos não há argumentos. Hoje o senhor está aqui como testemunha, mas esta Comissão irá confirmar que o senhor contribuiu, de alguma forma, para o que ocorreu no dia 8”, declarou.

“Aqueles que, de alguma forma, colaboram com esse crime respondem pelo mesmo crime, conforme o artigo 29 do Código Penal, seja como autor, coautor ou partícipe. O senhor agiu de maneira contundente, utilizando uma instituição estatal. Eu acredito que os policiais rodoviários federais têm vergonha de tê-lo como diretor da instituição, pois o senhor não soube se portar adequadamente. O senhor não compreendeu que a instituição pertence ao Estado, não ao governo, e violou o princípio da legalidade”, afirmou o senador.

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