O ex-presidente Jair Bolsonaro disse que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fará uma “afronta” caso o torne inelegível. Ele diz querer “continuar ativo 100% na política”, mas que a corte poderia acabar com seus planos ao tirar seus direitos políticos.
“Na minha idade, gostaria de fazer, continuar ativo 100% na política. E, tirando seus direitos políticos que, no meu entender, é uma afronta isso aí, você perde um pouquinho desse gás”, afirmou à Folha de S.Paulo. A declaração foi dada poucas horas antes do início do julgamento no TSE, que foi suspenso e adiado para a próxima terça (27).
Bolsonaro cogitou ir ao tribunal para acompanhar o julgamento, mas desistiu de última hora e surpreendeu aliados. Ele, que passou quatro anos atacando instituições de Estado e ameaçando dar golpe, diz que seu governo “é algo para ser estudado”.
“Então eu acredito que o que eu fiz ao longo de quatro anos é algo para ser estudado. Bandeira do Brasil, o pessoal passou a respeitá-la, cantar hino nacional, aprenderam a dar valor a liberdade. Conheceram as instituições”, prossegue.
Ele diz que não vai se “iludir” com o julgamento, mas que ainda não está “jogando a toalha” e apontando um sucessor.
“A gente não pode partir dessa linha que eu estaria jogando a toalha. O que que eu vejo, qual a acusação principal contra mim? Reunião com embaixadores. Isso é crime? Dois meses antes dessa minha reunião o senhor Edson Fachin se reuniu com embaixadores também. A política externa é privativa do presidente da Republica”, afirma.
A entrevista foi feita antes do embarque de Bolsonaro para Porto Alegre (RS), onde participará de encontros da Transposul. O PL quer o ex-chefe do Executivo viajando pelo país semanalmente para encontros com parlamentares e montagem de diretórios municipais, fortalecendo a sigla para as eleições de 2024.