Em entrevista ao DCM TV, o tenente-coronel da Polícia Militar de São Paulo Paulo Ribeiro fez um forte desabafo.
Ele apelou aos colegas da corporação para que não participem das manifestações golpistas de 7 de setembro.
Viralizou nesta semana um vídeo do oficial piauiense alertando para a manipulação que “aventureiros e irresponsáveis” estão tentando fazer com os militares.
Policiais de todo o país estão convocando a população para os atos pró-Bolsonaro.
O advogado Elizeu Soares Lopes, ouvidor da Polícia de SP, também participou da entrevista.
Ao lado da filha Isadora, o coronel Paulo Ribeiro começou fazendo um agradecimento à PM, contando que trabalhava como pintor de grades quando a corporação o “acolheu”.
O militar se emocionou ao falar sobre as dificuldades que enfrentou na época da ditadura.
“Eu nasci na democracia, e em menos de um ano eu entrei num regime de exceção. Por isso, eu não quero que a minha filha, que também nasceu na democracia, mergulhe a vida num Estado de exceção”, afirmou.
“E é por isso que eu estou aqui, trazendo esta mensagem, porque somente quem viveu num período como aquele sabe que nós não vivíamos plenamente.”
O coronel, então, fez um pedido aos militares:
“Não se deixem levar pelos irresponsáveis aventureiros, que vão abandoná-los pelo caminho”, conclamou.
“Sigam os seus comandantes legítimos. São eles que vão acudi-los nos momentos de necessidade, e não esses irresponsáveis que estão pregando a nossa única forma de sustento, que é a Polícia Militar. Permaneçamos firmes, porque nós somos cumpridores da lei e precisamos lembrar que, para muitos, somos a única esperança.”
O coronel Aleksander Lacerda, que comanda sete batalhões da PM em São Paulo, foi afastado por Doria.
O motivo do afastamento foi indisciplina, informa a coluna de Lauro Jardim no Globo.
Lacerda foi excluído dos quadros da Polícia Militar após convocar “amigos” para a manifestação bolsonarista que ocorre no próximo mês.
O coronel tinha sob suas ordens sete batalhões da PM de São Paulo, uma tropa de cerca de 5 mil homens.
Ao convocar para o ato, ele chamou o governador do estado de “cepa indiana”.
Também ofendeu Rodrigo Pacheco, chamando-o de “covarde”, e Rodrigo Maia, chamado de “mafioso”.
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