VÍDEO: Leite pergunta sobre caixa 2 de Onyx e ex-ministro desconversa 14 vezes

Atualizado em 28 de outubro de 2022 às 11:16
Onyx Lorenzoni e Eduardo Leite durante debate transmitido pela RBS TV
Foto: Reprodução/Poder360/RBS TV

Por Ayrton Centeno

O último debate entre os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL), repetiu os atritos dos anteriores. De novo, flagrou a negativa reiterada do ex-ministro de responder a uma pergunta do adversário.

Desta vez, em vez do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e da dívida estadual, Leite fustigou Onyx com a mesma indagação ao longo de todo o encontro mas, sobretudo, no terceiro bloco. Nele, o ex-governador questionou o antagonista por 14 vezes com a mesma pergunta: “Quantas vezes você recebeu caixa 2?”

“Sobraram R$ 111 mil no bolso de alguém”

Em todas as vezes, Onyx não respondeu, retrucando que o tucano estaria sendo processado por improbidade administrativa. É um assunto desagradável para o ex-ministro de Bolsonaro, que já admitiu ter recebido – uma vez – caixa 2.

Como Onyx nunca respondia, ao final do bloco, Leite disse que o adversário foi beneficiado com dinheiro indevido para suas campanhas por, no mínimo, duas vezes. “Recebeu 300 mil, fez um acordo, pagou R$ 189 mil mas sobraram R$ 111 mil no bolso de alguém”, ironizou o ex-governador.

No primeiro bloco, com 15 minutos livres para cada candidato e troca de questionamentos, Onyx descreveu o tucano como alguém “que só pensa em ser presidente da república” e, como falhou, ao ser derrotado por João Dória nas prévias do PSDB, resolveu retornar ao estado. Leite rebateu dizendo que o adversário é deputado há 20 anos e teve somente dois projetos aprovados. E insistiu em descrever Onyx como alguém jogado de um ministério para outro – passou por cinco – sem dar certo em nenhum.

No decorrer de todo o confronto, Leite e Onyx acusaram-se mutuamente de mentirosos.

“Impressionante a sua capacidade de mentir”, atacou o bolsonarista. Acusou Leite de endividar o Rio Grande do Sul da forma como negociou a dívida estadual com Brasília. “É tão verdadeiro quanto uma nota de três reais”, comparou.

Para Onyx, a melhor vacina contra a Covid é pegar a doença

Onyx apontou que o tucano, com o controle aplicado para conter a disseminação da covid-19, impondo fechamento de lojas durante a pandemia, teria provocado quebradeira de empresas e uma onda de desemprego.

Leite disse que Onyx preferiu não se vacinar, enquanto 92% dos gaúchos receberam a imunização. O ex-ministro replicou argumentando que a melhor vacina seria pegar a doença, o que ocorreu com ele porém sempre supervisionado por seu médico, segundo explicou.

“Isso é uma crueldade. Quarenta mil gaúchos morreram e mais de 600 mil brasileiros. Muita gente contraiu a doença, foi para a UTI e morreu”, reagiu o ex-governador.

“Dá um google, dá um google”

No terceiro bloco, o mais turbulento de todos, a pauta “Educação” acabou escanteada por por uma intensa troca de farpas sobre o governo de Leite e as campanhas de Onyx. Este disse que há corrupção e partidarização no governo do adversário.

“Dá um google, dá um google”, insistia toda hora Onyx buscando direcionar a audiência para achar na internet os supostos processos pendentes do tucano.

Leite respondeu com a rajada de questionamentos repetidos sobre caixa 2.

No último segmento, o bolsonarista veio com acusações de que o adversário seria favorável à legalização das drogas. Leite negou. E reproduziu uma frase atribuída ao ministro Paulo Guedes, colega de ministério de Onyx. “Ele (Onyx) é o ministro que mais cobra e que menos entrega”.

“Passou por cinco ministérios em três anos. A recriação do Ministério do Trabalho foi pra lhe dar emprego”, disse Leite, mantendo-se no ataque.

O único direito de resposta

Nas considerações finais, Leite disse que está recebendo votos do Partido dos Trabalhadores porque a legenda sabe que, com ele, “haverá respeito às ideias”. Admitiu que o PT será “oposição dura” como já foi. Onyx declarou que Leite “traiu o Rio Grande” e se aposentou aos 37 anos com pensão.

Depois de dizer que Bolsonaro “salvou a vida de 35 milhões de pessoas na pandemia”, Onyx afirmou estar “do lado do Brasil de Bem, o do presidente Bolsonaro. Não quero os votos do PT”, enfatizou. E repetiu seu jargão “Deus, Pátria, Família e Liberdade”.

Sua investida contra Leite sobre o caso da aposentadoria, rendeu um direito de resposta – o único do debate – ao oponente, que o desmentiu.

O encontro começou às 22h, terminou duas horas após e aconteceu na RBS TV. 

Texto publicado originalmente em Brasil de Fato

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