O ataque à Escola Estadual de Sapopemba, na zona leste de São Paulo, nesta segunda-feira (23), chocou o país ao deixar uma aluna de 17 anos morta e três estudantes feridos.
O adolescente de 16 anos que praticou o atentado registrou um boletim de ocorrência de ameaça e lesão corporal há seis meses, após ser agredido por vários alunos não identificados. Em vídeo obtido pelo Metrópoles, é possível ver algumas dessas agressões.
O jovem também teria sido alvo de agressões anteriores em outros incidentes, incluindo um ocorrido no bairro da Liberdade, na região central da capital paulista. De acordo com colegas de escola, as agressões seriam motivadas por bullying relacionado à sua orientação sexual, levando a especulações de que essa tenha sido a causa do ataque recente.
Em vídeos compartilhados nas redes sociais, o adolescente aparece visivelmente abalado após sofrer violência física, alimentando conflitos entre grupos rivais. O registro de ocorrência também destaca o medo do jovem em relação à sua integridade física e à propagação das ameaças.
Segundo relatos dos alunos, os supostos autores do ataque incluem um estudante gay, que já foi detido, uma aluna lésbica e outros dois estudantes que eram considerados tímidos e excluídos. Essas características eram apontadas como motivos para o bullying que sofriam, de acordo com as testemunhas.
“Ele era muito zombado aqui na escola. Sofria bullying por causa de sua orientação sexual. Duas semanas atrás, ele havia alertado que cometeria este atentado. Ninguém acreditou”, afirmou uma aluna.
Uma professora do primeiro ano do ensino médio também relatou que, logo após conseguir evacuar seus alunos da escola, teve acesso a um vídeo que mostrava o suspeito do ataque sendo vítima de violência física dentro da sala de aula.
“Era evidente que ele era vítima de bullying, com base nos vídeos. Pelo que me disseram, o ataque começou dentro da sala de aula onde ele estudava”, declarou a educadora.
A família do agressor afirmou ter buscado ajuda do Conselho Tutelar e da Diretoria de Ensino quando a violência começou, mas não obteve resposta da Secretaria de Estado da Educação, que não se manifestou sobre o assunto até o momento.
Sobre o ataque, testemunhas descreveram momentos de pânico e correria após os barulhos de explosão. Alunos se esforçaram para garantir a segurança dos colegas, mas um estudante acabou ferido ao tentar fugir. O governo de São Paulo expressou pesar pelo incidente e anunciou apoio psicológico às vítimas e suas famílias.
O revólver calibre 38 que o adolescente utilizou no crime está legalmente registrado no nome do pai dele, tinha numeração aparente e estava em bom estado. Além do atirador, os demais suspeitos do ataque, segundo os colegas, são uma aluna lésbica e dois outros estudantes que seriam tímidos e “excluídos”.