O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se irritou após entidades de Direitos Humanos anunciarem denúncia à ONU (Organização das Nações Unidas) por irregularidades na realização da Operação Verão, que ocorre nas cidades litorâneas do estado e já matou 39 pessoas neste ano. Ele minimizou as acusações e disse estar “nem aí” para elas.
“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, afirmou o governador durante coletiva de imprensa nesta sexta (8).
As entidades Conectas Direitos Humanos e Comissão Arns anunciaram que vão denunciar o governador no Conselho de Direitos Humanos da ONU por conta do aumento da letalidade policial no estado, que foi impulsionada pela Operação Verão, segundo as instituições.
O bolsonarista ainda negou ter recebido denúncias de irregularidades e afirmou que a Polícia Militar é “extremamente profissional” e “está fazendo o que é correto”.
“Tem uma questão de denúncia, vamos investigar. Agora, nós precisamos de fato saber o que realmente aconteceu. Não há nenhum interesse da nossa parte em confrontar ninguém. Nós tínhamos lá na baixada uma série de barricadas que foram removidas. Locais em que o poder público não entrava. Hoje a gente retirou todas as barricadas. A gente está restabelecendo a ordem. Não existe progresso sem ordem”, prosseguiu.
Funcionários do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) da Baixada Santista e de um hospital de Santos denunciaram nesta semana que pessoas baleadas por agentes da PM na Operação Verão têm sido enviadas a unidades de saúde para prejudicar perícias no local do crime.
O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo, abriu uma investigação para apurar as denúncias e identificar a possível prática de crime de fraude processual.
A Operação Verão ocorre anualmente em cidades do litoral paulista para prevenir a criminalidade durante períodos em que turistas lotam a região. Nos últimos meses, 39 pessoas foram mortas por policiais que participam da ação, diferentemente dos anos anteriores, quando ninguém morreu.
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