O Global Peace Index (GPI) é uma tentativa de medir comparativamente a paz no mundo. A lista começou em 2007 com 127 países. Hoje já são 149. O GPI é chancelado pela revista britânica The Economist, que ajuda no levantamento de dados e divulga anualmente os resultados.
Por trás dele está um empreendedor australiano, Steve Killelea.
O GPI recentemente fez um outro levantamento, em parceria com o Media Tenor, um instituto que pesquisa a imprensa em escala internacional. Foi medido o grau de violência no conteúdo de tevês espalhadas pelo mundo. É uma pena que nenhuma emissora brasileira tenha sido analisada, mas ainda assim o debate seria rico no Brasil. Sobretudo neste momento, quando os espectadores são bombardeados com imagens sinistras do Rio de Janeiro.
A idéia central é que a transmissão de violência é nefasta para estimular a paz, e consequentemente um ambiente no qual a economia floresça e os cidadãos não se apavorem regularmente. Nos países mais pacíficos, a violência no noticiário da tevê é quase irrelevante.
Isso é porque a realidade é mais suave ou porque o conteúdo da televisão ajuda a semear uma atmosfera menos beligerante?
O GPI sustenta que o segundo fator é vital.
Não sei se o estudo foi visto e discutido pelos editores de telejornalismo no Brasil. Mas deveria.
Você pode dizer: há momentos, como estes que estamos vivendo, em que a violência deve mesmo tomar conta da tevê.
Mas mesmo assim.
E em situações de normalidade? Faz sentida a carga de violência que é imposta aos telespectadores brasileiros? Certas edições do Jornal Nacional dão a sensação de que o Rio é sempre o destes dias.
Há programas ainda piores, como o de Datena.
Se isso é bom para granjear audiência, não sei. Que é ruim para o Brasil, é o ponto do estudo do GPI. Concordo.