“Vou entrar em campo usando o meu Exército”, afirmou Bolsonaro em reunião golpista

Atualizado em 8 de fevereiro de 2024 às 14:25
Entre fetiches por ditadura e vivandeirismo, o que o Direito pode fazer?
Jair Bolsonaro com militar em fundo
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O ex-presidente ameaçou “entrar em campo usando o seu Exército” para dar um golpe de Estado durante reunião com ministros em julho de 2022. Ele ainda teve um ataque de fúria durante o encontro e sugeriu que Paulo Sérgio Nogueira, então ministro da Defesa, deveria “botar a tropa na rua” para “dar tiro, tacar fogo e metralhar”.

“Hoje me reuni com o pessoal do WhatsApp, e outras também mídias do Brasil. Conversei com eles. Tem acordo ou não tem com o TSE [Tribunal Superior Eleitoral]? Se tem acordo, que acordo é esse que tá passando por cima da Constituição? Eu vou entrar em campo usando o meu Exército, meus 23 ministros”, afirmou o então presidente.

“Nós vamos esperar chegar 23, 24 para se foder? Depois perguntar: por que não tomei providência lá atrás? E não é providência de força não, caralho! Não é dar tiro. Ô Paulo Sérgio, não vou botar a tropa na rua, tacar fogo aí, metralhar. Não é isso, porra”, prosseguiu Bolsonaro, exaltado.

O ex-presidente Jair Bolsonaro se exaltou durante a reunião e sugeriu “botar a tropa na rua” para “dar tiro, tacar fogo e metralhar”. Foto: Reprodução

Na ocasião, ele ainda determinou que membros do governo espalhassem fake news contra o sistema eleitoral e disse que os votos favoráveis a Lula já estavam registrados em um “computador do TSE”. “Daqui pra frente quero que todo ministro fale o que eu vou falar aqui, e vou mostrar. Se o ministro não quiser falar, ele vai falar para mim porque ele não quer falar. Se apresentar onde eu estou errado…”, ordenou.

O encontro foi criado para discutir narrativas mentirosas contra o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas com membros do governo. O vídeo com o conteúdo da reunião golpista foi encontrado por investigadores no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

As declarações foram transcritas na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou busca e apreensão contra o ex-presidente e seus aliados.

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