Yasmin Brunet e a síndrome do herdeiro intocável. Por Nathalí

Atualizado em 4 de março de 2024 às 20:13
Yasmin Brunet e Davi. Foto: Divulgação

Por Nathalí Macedo

Depois da expulsão de Wanessa do Big Brother Brasil, sua dupla inseparável Yasmin Brunet não tem poupado esforços – nem adjetivos – para continuar a perseguição a Davi que a amiga começou.

Psicopata, maldoso, perigoso, tóxico, agressivo, mentiroso, violento – esses (entre outros) foram os adjetivos escolhidos por Yasmin e Wanessa para atingirem o adversário.

Verdade seja dita: Davi é chato pra cacete, inconveniente e imaturo muitas vezes, mas chamá-lo de “perigoso” e “psicopata” é que é, no mínimo, uma grande injustiça. Não vejo nele um homem perigoso, mas um garoto se defendendo como pode de uma perseguição que vem crescendo desde o início do programa.

Mas, como se nunca tivesse ofendido ninguém durante o confinamento, a princesinha de Alphaville chorou e se revoltou porque foi chamada de inútil.

Inútil no jogo porque – como quase todo rico – não precisa do prêmio e não faz questão de jogar -, e inútil na casa, porque jamais foi vista fazendo afazeres domésticos e ajudando na organização do seu lar temporário – bem coisa de quem, acostumada a ser servida, não faz nada para cuidar de si mesma ou dos outros.

O fato é que o rico não está acostumado a ser provocado.

“Isso nunca me acontece lá fora”, argumentou a filha de Luiza Brunet.

Mas é claro que não: mulheres brancas e ricas não admitem receberem críticas, sobretudo de pessoas que consideram inferiores, e usam o seu poder social e econômico para serem tratadas com máxima parcimônia, no conforto de entenderem-se humanos superiores a todos os outros.

Yasmin não chorou em rede nacional porque foi injustiçada – ou porque a amiga foi injustiçada, ao menos na sua própria versão. Ela chorou porque foi insultada (como tanto já insultou), algo que, adivinha? Todos que topam participarem do BBB precisam passar.

Em um jogo de convivência que vale três milhões, todos os participantes são ou serão eventualmente atacados com adjetivos que os ofendem, mas e daí? Faz parte do jogo. Porque a princesa de Alphaville deveria ser poupada?

A verdade é que Yasmin, embora desbocada, se comporta como uma boneca de louça intocável: quem é um preto, pobre e nordestino para chamá-la de inútil?

A falta de senso de justiça da modelo é tamanha que ela age como se tivesse o direito de usar todos os adjetivos desrespeitosos que vem usando com relação a Davi, mas ser chamada de inútil é demais. Um absurdo, uma agressão imperdoável.

Ela tem ares de mulher madura mas, na hora do vamos ver, mostra que, como a maioria dos herdeiros, é mimada e prepotente, e não é difícil saber de onde vem a falta de noção da moça: sua mãe Luiza Brunet passou a acusar Davi de injúria.

Storie compartilhado por Luiza Brunet acusando Davi de injúria. Reprodução Instagram

Sim, pode rir. “Inútil do jogo” é injúria, mas psicopata perigoso não. Essa é a mentalidade da elite: eles podem atacar quando e como quiserem, mas não aceitam serem atacados e não aceitam sobretudo que esse ataque parta de alguém que consideram inferior.

Yasmin Brunet não passa de uma mimada que nunca aprendeu a ouvir não, muito menos a receber críticas sem se ofender profundamente.

É, amigos, ela sempre se recusou a calçar as sandálias da humildade.

Quando provocada, descumpriu regras do programa propositalmente para que os colegas de confinamento também fossem punidos.

A consequência: a casa inteira recebendo apenas a alimentação básica como castigo.

Mas isso importa? Claro que não. Pra uma mulher que deveria ser madura mas escolhe ser mimada, nada mais existe além dela mesma.

Imaginemos: se Davi foi acusado de cometer o crime de injúria contra Yasmin apenas por chamá-la de inútil, o que dizer de todos os adjetivos absurdos escolhidos pela galera de Alphaville para xingarem Davi? É assim que a cabeça do rico funciona: “eu posso atingir o outro com xingamentos, mas o contrário é proibido porque sou rica e intocável.”

A verdade é que Wanessa e Yasmin jamais conseguiram (e será que tentaram?) tratar um pobre que comemora emocionado por ter ganhado ifood grátis em uma prova a jogar com elas de igual pra igual, a devolver as críticas com a mesma acidez.

Para Yasmin, tudo bem provocar um castigo à casa inteira, tudo bem ofender outros participantes com xingamentos, mas, se fizerem o mesmo com ela, nossa, que absurdo.

Acontece no BBB e acontece na vida: a elite mostrando, em todas as suas ações e em cada entrelinha que se considera melhor que todo mundo e, eventualmente, inatingível.

Eu não torço pela eliminação de Yasmin Brunet, mas que essa herdeira seja mantida no jogo até aprender que, lá dentro ou aqui fora, e independente de sua conta bancária, ela é gente como a gente: e é precisamente isso que o rico não suporta.

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