YouTube favorece Bolsonaro nas recomendações de vídeos aos usuários, diz pesquisa

Atualizado em 13 de setembro de 2022 às 10:36
Presidente Jair Bolsonaro
Foto: Agência Brasil

Segundo o estudo da NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Jovem Pan e vídeos a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) têm sido privilegiados pelo algoritmo do YouTube.

Em 18 visitas-teste à plataforma durante o levantamento, os canais do grupo Jovem Pan foram indicados 14 vezes na página inicial do YouTube, com um ou mais vídeos sugeridos. O mais recomendado aos usuários foi o da participação de Bolsonaro no programa Pânico, no dia 26 de agosto.

Algumas sugestões apresentam Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “chefe de quadrilha” e “doente mental. Outras, dizem que o petista estaria atrás de Bolsonaro em pesquisas de intençãos de votos do Ibope e afirmam que o STF (Supremo Tribunal Federal) tem uma aliança com o ex-presidente.

“É muito grave o YouTube, uma plataforma com mais de 130 milhões de usuários no Brasil, privilegiar um veículo de mídia no seu sistema de recomendação, diante de tantas outras fontes. Ainda mais por [a Jovem Pan] ser um veículo hiperpartidário, claramente bolsonarista, que não dá isonomia aos candidatos”, afirma Marie Santini, diretora do Netlab.

O NetLab criou 18 novos perfis, que acessaram a plataforma em diferentes datas e horários usando uma aba anônima do navegador e VPN, ferramenta que ocultou o verdadeiro endereço IP do usuário e simulou uma localização geográfica aleatória dentro do Brasil a cada teste. O objetivo era identificar quais os canais e os conteúdos noticiosos tiveram visibilidade destacada pelo algoritmo de recomendação do YouTube durante o período de 23 a 30 de agosto. Com informações da Folha de S. Paulo.

O YouTube e o WhatsApp são as plataformas que mais preocupam o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O aplicativo de mensagens gera apreensão devido à velocidade da propagação de boatos, apesar dos mecanismos de restrição de encaminhamentos implementados pela empresa. A plataforma de vídeos, por sua vez, gera temores pela falta de transparência na moderação e porque há incentivos financeiros para produtores de conteúdo extremista.

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