A mãe do procurador Deltan Dallagnol acompanhava de perto o trabalho do filho. É o que mostram diálogos travados em 2015 num chat do Telegram.
As conversas entre procuradores da operação Lava Jato foram apreendidas na operação Spoofing. O DCM teve acesso a parte do material (matérias da série podem ser lidas aqui: 1, 2, 3, 4).
O conteúdo é de interesse público. O celular era para usar a serviço do Estado.
Ela relatava o seguinte:
“Oi filho, algumas informações que considero importante te passar. 1- embaixo da banheira tem dólares guardados. 2- atrás da última gaveta do gaveterinho (sic) ao lado da porta do quarto de casal ficam guardadas as jóias de valor”.
Em seguida, passou-lhe códigos e senhas.
Num outro colóquio, ainda mais prosaico, enviou-lhe um artigo de um site criticando uma coletiva da turma de Curitiba.
“Não me preocupei. Apenas acho que sempre temos que conhecer bem como pensam e que armas usam os adversários”, escreveu. “Vou começar a orar por eles”.
Não é crime ter dólares em casa. Pode ser para viajar ou para investir. Só precisa ser declarado à Receita Federal.
O que causa estranheza é o local onde o dinheiro foi guardado, mas tem gente que coloca dentro da máquina de lavar.
É para esconder do ladrão — ou da polícia.
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