“Fica pra trás!”: pai de vice-governadora de SC, humilhada por Bolsonaro, é neonazista

Atualizado em 26 de junho de 2022 às 10:56
Bolsonaro com Hang e a vice-governadora de SC Daniela Reinehr

No mais recente vexame de seus comícios, este em Balneário Camboriú, Bolsonaro deu um chega-pra-lá na vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr, também do PL.

Foi na picaretagem da Marcha Para Jesus.

Bolsonaro se aproximava de apoiadores na praia de mãos dadas com Luciano Hang. Ao perceber Reinehr a seu lado, ordenou: “Fica pra trás, meu Deus do céu!”.

Ela obedece, caninamente.

Antes de ficar com pena ou se compadecer (alguém aí falou em sororidade?), é bom saber de onde vem Daniela.

Ela é filha de Altair Reinehr, conhecido revisionista e negacionista do holocausto judeu.

Reihner foi amigo e testemunha de defesa no julgamento de Siegfried Ellwanger Castan, fundador da Editora Revisão, que publicava livros antissemitas.

Castan foi condenado à prisão por racismo pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Recorreu ao STF e perdeu.

Um de seus livros era intitulado “Acabou o Gás!… O Fim de um Mito” (uma típica schadenfreude nazista).

Em 2005, escreveu um artigo no diário “A Notícia”, de Joinville, em que afirmava que o número de judeus mortos pelo nazismo era muito menor que os consagrados 6 milhões.

Estes índices teriam sido inflacionados para esconder a “barbárie dos aliados”.

Bolsonaro com Daniela Reinehr e o general Luiz Ramos

Disse ele:

Encerrada a 2ª Guerra Mundial na Europa, com a rendição incondicional da Alemanha, os Aliados – vencedores e arautos da democracia e da liberdade de expressão – precisavam de pretextos para justificar seus hediondos crimes e ocultá-los sempre que possível. E assim passou-se a falar nos campos de concentração de Dachau (este visitei), Treblinka, Sobibor, Sachsenhausen, Majdanek, Birkenau e outros, especialmente o de Auschwitz, sinônimo de matança de judeus em quantidade industrial.

Foi aí que surgiu a lenda do holocausto e o mito dos 6 milhões de judeus mortos em câmaras, onde o gás caía de chuveiros! Isso com maior intensidade a partir de 1967 e com ímpeto total após a queda do muro de Berlim.

Em Auschwitz foi erigido pomposo monumento, com 19 lápides, com dizeres em 19 idiomas distintos: “Aqui 4 milhões de pessoas foram torturadas e assassinadas pelos genocidas hitlerianos”. Em 1979, até o papa João Paulo 2º, em visita àquele local, foi confrontado com essa infame mentira.

Em 2011, publicou uma série de relatos sobre uma viagem à sua amada Germânia. Num deles, conta que esteve na residência onde nasceu Hitler:

Braunau é a cidade natal de Adolf Hitler, que após uma infância bastante infeliz, teve uma adolescência e juventude marcada por enormes dificuldades, sacrifícios de toda a ordem e notadamente incompreensões. Após a I Guerra Mundial, passou vários anos numa prisão em Landsberg, onde escreveu o seu livro “Mein Kampf” (Minha Luta).

Depois, ingressou na política e em 30 de janeiro de 1933 foi nomeado Chanceler da Alemanha. Neste posto, realizou algo inédito e até hoje não imitado. Num curto espaço de tempo, acabou com o problema do desemprego de 6 a 7 milhões de pessoas, revitalizou a indústria, moralizou os serviços públicos e transformou a Alemanha num canteiro de obras. Por sua iniciativa, a Alemanha foi dotada de rodovias – por muitos ainda hoje consideradas – as mais modernas do mundo. E isso foi na década de 30…!

Enquanto tudo ia bem, sua popularidade como estadista crescia, chegando a ter mais de 90% de aprovação. A “história oficial” o considera como o causador da II Guerra Mundial, o que cada vez mais está sendo questionado por historiadores de renome de diferentes países. Encerrado o conflito, com a derrota da Alemanha e seus aliados – de “estadista mais amado e mais popular do mundo” – foi jogado no outro extremo.

Altair Reinehr em frente à casa onde nasceu Hitler

Hoje – oficialmente – é o estadista mais odiado, notadamente na Alemanha, onde é proibido “FALAR BEM DE HITLER”, publicamente. Nem é permitido lembrar obras reconhecidamente positivas. (Aqui convém observar o seguinte: nas escolas dos países europeus, não se ensina a conhecer o governo de Hitler, nem o que era o Nacional-Socialismo, mas ensina-se a odiar ambos.) E tudo isso em nome da democracia, da verdade e da “…liberdade de expressão…!”

A casa onde Hitler nasceu localiza-se numa esquina duma ampla avenida, no centro de Braunau. Tem três andares e não está aberta à visitação. Em frente à casa há uma enorme pedra, onde, de um lado lê-se: “Stein aus dem Konzentrationslager Mauthausen” (Pedra do campo de concentração de Mauthausen). Do outro lado há a inscrição: “Für Frieden, Freiheit und Demokratie. Nie wieder Faschismus. Millionen Tote Mahnan”. (= Para a paz, liberdade e democracia. Nunca mais fascismo. Milhões de mortos advertem”. )

Não é mencionado o nome do “Adolf…!” Por que será…?!