Bolsonaro é denunciado no Parlamento britânico por violência política após assassinato de petista

Atualizado em 13 de julho de 2022 às 20:47
Marcelo Arruda

Políticos britânicos assinaram uma moção especial em defesa da democracia brasileira após o assassinato do líder do PT em Foz do Iguaçu Marcelo Arruda.

O idealizador da moção é o trabalhista Richard Burgon, presidente da Iniciativa de Solidariedade ao Brasil, fundada há quatro anos em resposta à eleição de Bolsonaro.

O texto diz que “esta Casa está preocupado com o facto de as ameaças, intimidações e discursos de ódio por parte do Presidente e dos seus apoiantes criarem um contexto em que os atos de violência política são mais prováveis; condena o assassinato em 9 de julho em uma festa de aniversário de Marcelo Arruda, um funcionário do Partido dos Trabalhadores na cidade de Foz do Iguaçu, por um apoiador de Bolsonaro que cantava ‘aqui somos Bolsonaro'”.

Até agora, a iniciativa já foi apoiada por dezesseis deputados, incluindo membros do Partido Nacional Escocês e o ex-líder do Partido Trabalhista Jeremy Corbyn:

Esta Câmara expressa sua profunda preocupação com relatos de violência política contra representantes do Partido dos Trabalhadores no Brasil antes das eleições presidenciais deste mês de outubro; observa que o presidente brasileiro de extrema-direita Jair Bolsonaro e seus ministros, quase metade dos quais são generais militares, fizeram repetidas ameaças contra a integridade das próximas eleições deste ano; observa ainda que estas se agravaram à medida que o ex-presidente e líder do Partido dos Trabalhadores, Lula da Silva, abriu importantes pistas de votação; está preocupado que ameaças, intimidação e discurso de ódio do Presidente e seus apoiadores criem um contexto no qual os atos de violência política sejam mais prováveis; condena o assassinato em 9 de julho em uma festa de aniversário de Marcelo Arruda, funcionário do Partido dos Trabalhadores na cidade de Foz do Iguaçu, por um apoiador Bolsonaro que cantava que ‘aqui somos Bolsonaro’; observa que os apoiadores de Bolsonaro também atacaram comícios pró-Lula, inclusive com uma bomba caseira e o uso de zangões para jogar fezes na multidão; e apela ao governo britânico para que levante preocupações com o governo brasileiro sobre essas denúncias de violência e intimidação e para que exija que as próximas eleições sejam livres e justas.