Hezbollah assume ataques em Israel e se diz “totalmente preparado” para a guerra

Atualizado em 13 de outubro de 2023 às 15:34
Xeque Naim Qassem, vice-chefe do Hezbollah. Foto: Anwar Amro/AFP

O Hezbollah, grupo paramilitar com base no Líbano, anunciou sua autoria em uma série de ataques a quatro locais distintos em Israel, em meio a um crescente temor de que a facção xiita possa se envolver no conflito do Oriente Médio ao lado do Hamas, abrindo uma segunda linha de frente no norte de Israel.

Em um comunicado divulgado nesta sexta-feira (13), o Hezbollah declarou: “Em resposta aos ataques israelenses nas proximidades de várias cidades do sul do Líbano, os Mujahideen da Resistência Islâmica atacaram os seguintes locais israelenses: Al-Abad, Miskvam, Ramia e Jal Al-Alam, com armas diretas e precisas, resultando em ataques certeiros”.

Os ataques ocorreram em meio a tensões crescentes na região, desencadeadas por uma explosão em uma cerca de segurança perto da comunidade de Hanita, na fronteira libanesa-israelense, que levou as Forças de Defesa de Israel (FDI) a retaliar com fogo de artilharia no território libanês.

Em consequência dos ataques israelenses, um carro com jornalistas da Reuters, principal agência de notícias internacional, foi alvo de bombardeio. O repórter Issam Abdallah morreu e outros três profissionais ficaram feridos.

O ataque aconteceu em um observatório que divide as cidades de Hanita, em Israel, e Aalma Al-Shaab, no Líbano. As forças israelenses consideraram que no local havia membros do Hezbollah infiltrados entre os comunicadores. O grupo libanês é tido como terrorista.

Segundo a Reuters, o observatório pertence ao exército do Líbano e, antes do ataque de hoje, militares de Israel enviaram um comunicado para as pessoas de vilarejos próximos ao local ficassem em casa, mas longe de portas e janelas. Outra cidade fronteiriça, Dhayra, também foi bombardeada ao longo da última semana.

O governo israelense alertou recentemente sobre a adição de milhares de soldados extras à fronteira norte com o Líbano em preparação para possíveis ataques do Hezbollah, apoiado pelo Irã.

As preocupações em relação a uma escalada adicional do conflito foram destacadas pelos Estados Unidos, que advertiram o Hezbollah contra uma intensificação das hostilidades em Israel. As tensões também foram exacerbadas pela ameaça proferida pelo ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, durante sua visita a Beirute, de abrir novas linhas de frente na guerra, caso Israel continue seus ataques e o cerco à Faixa de Gaza.

O Hezbollah, considerado a mais poderosa força paramilitar do Oriente Médio, representa uma ameaça significativa para Israel, com um estimado contingente de até 100 mil soldados e um arsenal de cerca de 150 mil foguetes e mísseis. Se entrar na guerra ao lado do Hamas, a situação poderá se tornar cada vez mais complexa para todas as partes envolvidas. A região permanece em alerta máximo, enquanto líderes globais buscam formas de desescalada e resolução pacífica para o conflito em curso.

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