Caravanas enviadas ao Brasil eram usadas para lavagem de dinheiro da Igreja Universal

Atualizado em 20 de dezembro de 2021 às 19:05
Igreja Universal do Reino de Deus em Angola © IURD
Igreja Universal do Reino de Deus em Angola © IURD

O escritor Gilberto Nascimento acompanha há anos o caso de lavagem de dinheiro e associação criminosa de quatro líderes da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola. Desde novembro, eles são julgados após rebelião de bispos e pastores angolanos que, em 2019, denunciaram a direção.

 Segundo os bispos, caravanas para Israel e para o Brasil eram usadas para retirar dinheiro ilegalmente do país. As denúncias foram feitas por um grupo de mais de 300 pastores e bispos que formam a chamada “Reforma”, que é a parte da igreja que rompeu com o comando brasileiro da IURD.

Os religiosas revelaram em detalhes a forma como o dinheiro arrecadado pela Igreja Universal era enviado para o exterior de forma ilícita. A igreja de Edir Macedo, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), diz ser vítima de um golpe e nega os crimes. Com informações da RFI.

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Como era feito o esquema da Universal?

“Segundo esses membros, quase a totalidade do dinheiro arrecadado acabava saindo de maneira ilegal do país. Uma das maneiras era por carros, via estradas da Namíbia até a África do Sul. Esse dinheiro seria levado em malas, no forro dos carros, nas portas, e até nos pneus”, conta o jornalista.

“Outra forma de evasão seria a organização de caravanas, de peregrinações de fiéis para o Templo de Salomão no Brasil ou para Israel e ainda para outros países da África, como a África do Sul e Moçambique. Eram grupos de 100, 200 e até 300 pessoas, principalmente pastores e suas esposas, e também obreiros e fiéis da igreja. Cada uma dessas pessoas costumava levar entre US$ 10 mil (R$ 57 mil) e US$ 15 mil (R$ 86 mil)”, explica.

Segundo a denúncia, esse sistema movimentava a cada três meses cerca de US$ 30 milhões, o que totalizaria US$ 120 milhões (mais de R$ 600 milhões). “E muitos desses recursos ajudaram até a manter a TV Record Internacional; outros recursos eram investidos em outros países onde a igreja procurava crescer”, diz o autor.

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Victor Dias, 23. Jornalista. Trabalha no DCM desde 2020. Amante de esportes, política, degustação de comidas, musculação, filmes e series. Gosta de viajar e jogar tênis nas horas vagas, além de editar vídeos e participar de campeonatos competitivos de FIFA, desde 2017.