Tropa da Ucrânia veta voluntários brasileiros por causa de Bolsonaro

Atualizado em 21 de março de 2022 às 19:41
Tropa da Ucrânia veta voluntários brasileiros
Guerra na Ucrânia; prédio pegando fogo / Reprodução

Ex-militares que querem se alistar voluntariamente para ajudar na guerra dizem que a Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia está descartando o recrutamento de brasileiros por conta do posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação à guerra.

Dois brasileiros que tentavam o alistamento atribuem o veto ao silêncio do presidente após o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, incluir o Brasil na lista de países que “não dançarão ao som dos Estados Unidos”.

O UOL teve acesso ao áudio da declaração, atribuída ao representante da Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, que relacionou a recusa, no sábado (19) à postura de Bolsonaro.

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Veja o diálogo abaixo

“É da legião estrangeira? Estou me preparando para ir à Ucrânia, mas tive a informação de que vocês não estão mais aceitando voluntários do Brasil. Isso é verdade?”, perguntou em inglês o ex-militar mineiro Fabio Júnior de Oliveira.

“Sim, senhor. Infelizmente, os voluntários do Brasil e de alguns outros países não podem mais se juntar à legião”, respondeu o representante da unidade formada por estrangeiros.

“Mas eu não entendo. Eu tenho experiência militar. E eu…”, continuou Fábio, interrompido em seguida: “Eu entendo, senhor. Muito obrigado. Mas (voluntários) do seu país não podem ser aprovados para se unir à legião”. Fábio, então, questionou se a recusa estaria relacionada à postura de Jair Bolsonaro. “Sim, é por isso”, respondeu.

A reportagem procurou a Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, que confirmou exclusão de voluntários de “alguns países”. No entanto, não confirmou se o Brasil estava nessa lista por “questões de segurança”. “Podemos confirmar que voluntários de determinados países estão sendo vetados com maior frequência”, disseram.

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