Eleições 2022: Facebook vira ‘casa dos políticos’ e faturou milhões de candidatos

Atualizado em 22 de março de 2022 às 14:54
Eleições 2022: Facebook vira 'casa dos políticos' e ganhou milhões de candidatos
Facebook. FOTO: OLIVIER DOULIERY/AFP – ARQUIVO

A menos de sete meses das eleições, partidos e pré-candidatos já começam a lançar mão do impulsionamento em redes sociais para ampliar seu alcance digital e mirar segmentos específicos do eleitorado. Um levantamento com base em planilhas da Meta, dona do Facebook e do Instagram, revela que partidos e políticos brasileiros já gastaram cerca de 9,9 milhões de reais em impulsionamento de publicações nas redes.

A prática é permitida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com a resolução do tribunal, o impulsionamento fica liberado, desde que não haja disparo em massa por meio de aplicativos de mensagem instantânea e pedido explícito de votos. Ainda de acordo com a norma, a moderação de gastos deve ser respeitada. Não há, no entanto, um cálculo definido para estipular eventuais valores gastos.

Levantamento realizada pelo instituto FSB, patrocinada pelo banco BTG Pactual, divulgada na segunda-feira (21), mapeou as principais redes sociais utilizadas na hora de se informar sobre o pleito eleitoral no país.

A plataforma campeã foi o Youtube, citado por 42% dos entrevistados. Porém, as redes sociais de Mark Zuckerberg não ficam para trás. Na sequência da plataforma de vídeos, aparecem o Facebook (39%), WhatsApp (37%), Instagram (32%), TikTok (14%) e Twitter (13%). Em último está o Telegram, com apenas 7% da preferência dos entrevistados.

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Facebook, a “casa dos politicos”

De acordo com o levantamento, a senadora Simone Tebet, pré-candidata pelo MDB, e o Podemos, partido do ex-juiz Sergio Moro, foram os atores políticos envolvidos na disputa presidencial que mais gastaram com a rede social neste ano.

A parlamentar pagou 138 mil reais nos últimos 30 dias para promover sua imagem entre o público feminino do Mato Grosso e de São Paulo. Entre os candidatos, ela tem o menor número de seguidores nas redes. Sigla do ex-ministro Sergio Moro, o Podemos investiu R$ 46 mil nos últimos meses com postagens que exaltam a Operação Lava-Jato. O conteúdo, no entanto, é compartilhado na página do partido e não na de Moro. O foco tem sido atingir homens entre 25 e 34 anos das regiões Sudeste e Sul.

Com investimento um pouco menor, de R$ 34 mil, o PT tem usado o impulsionamento para divulgar cadastros e seus aplicativos para acessar conteúdo pró-Lula.

Nas disputas regionais, Marcelo Freixo (PSB-RJ) aparece como um dos políticos que aumentaram os gastos com anúncios no Facebook e Instagram. De acordo com a reportagem, em 2022, o deputado já gastou quase 60 mil reais com impulsionamento das publicaçações.

Miguel Coelho, prefeito de Petrolina pelo União Brasil, gastou cerca de 67 mil reais nos últimos três meses para divulgar dados sobre sua gestão na cidade.

Em São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), também gastou um montante significativo com as duas redes sociais. Ao todo, o apadrinhado de João Doria na disputa ao governo já transferiu 36 mil reais para anúncios da Meta. As mulheres são o público foco das publicações patrocinadas pelo vice-governador.

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