
O crescimento do garimpo ilegal em terras indígenas Yanomami tem um novo capítulo trágico. Além da destruição da floresta, malária, contaminação dos rios e a fome, a região, que conta com 20 mil garimpeiros invasores, vê crescer o aliciamento de mulheres indígenas e adolescentes, o que envolve assédio, violência e abuso sexual.
Com a redução da oferta de comida por causa da destruição do meio ambiente e a presença de doenças que afetam inúmeros indígenas, os povos nativos se veem na necessidade de trabalharem para os garimpeiros, que vendem porções de arroz em troca de ouro. Em outras situações, alguns invasores propõem a troca de comida por sexo.
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Ao menos três crianças Yanomami morreram depois de terem sido abusadas por garimpeiros

De acordo com um relatório da Hutukara Associação Yanomami, que reuniu relatos de antropólogos, pesquisadores e tradutores dos seis idiomas falados na região, ao menos três crianças entre 10 e 13 anos foram mortas depois de terem sido abusadas por garimpeiros. O documento, obtido pelo jornal O Globo, mostra que apesar das mortes terem acontecido em 2020, a situação persiste.
Moradores relataram inúmeros episódios de abuso sexual a mulheres indígenas. De acordo com um dos relatos, um invasor ofereceu drogas e bebidas a indígenas, e quando todos estavam bêbados, estuprou uma criança.
O Ministério Público Federal de Roraima e a Polícia Federal já receberam denúncias de crimes parecidos, mas casos de estupro e morte ainda não foram investigados.