
Foto: Reprodução/AFP/Sergio Lima
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) recorreu da decisão de Augusto Nardes, que permitiu que Jair Bolsonaro seja depositário das joias ilegais. O subprocurador Lucas Rocha Furtado aponta que o acervo deveria ter sido devolvido ao governo, não ficar sob a posse do ex-presidente.
O MP pediu que as joias sejam entregues à União em até cinco dias e, em caso de descumprimento, que o TCU determine à Casa Civil que adote medidas para bloquear o salário de Bolsonaro.
“Permitir que o ex-presidente seja o guardião desse valioso acervo, ainda que como fiel depositário, com todo o respeito, configura uma opção temerária e que não resguarda adequadamente o interesse público e o patrimônio da União”, afirmou o subprocurador.
Ele menciona a entrada do ex-presidente no Brasil com uma pistola e um fuzil recebidos de presente na Arábia Saudita e afirma:
“Temos aqui mais um ‘presente’ que não foi incorporado ao acervo institucional da Presidência da República e ao patrimônio da União. No caso, um fuzil e uma pistola que podem valer até R$ 57 mil, segundo estimativa da reportagem”.
Furtado ainda diz que parece estar “imerso em um filme de Quentin Tarantino” com o desenrolar da história dos presentes árabe.
“A cada novo dia que acordo e me deparo com os mirabolantes desdobramentos dessa história dos supostos presentes árabes recebidos pelo casal Bolsonaro, a qual se revela cada vez mais escabrosa e com sucessivos capítulos que vão se tornando mais complexos e com a inserção de novos elementos e suspeitas, tenho a impressão que estou imerso em um filme de Quentin Tarantino”, finaliza o subprocurador.