
O recente episódio do ataque realizado por um estudante na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, na última segunda-feira (27), evidenciou o aumento dos casos de ataques violentos dentro de escolas brasileiras.
Segundo relatório organizado por Daniel Cara, professor da FE/USP e dirigente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a partir do início dos anos 2000 até dezembro de 2022, foram 16 episódios similares ao da escola paulista. Ao todo, os atos violentos culminaram na morte de 35 pessoas e deixaram mais de 72 feridos decorrentes dos atos de violência extrema.
Batizado de “O extremismo de direita entre adolescentes e jovens no Brasil: ataques às escolas e alternativas para a ação governamental”, o relatório aponta que quatro desses ataques aconteceram apenas no segundo semestre de 2022.
O documento evidenciou outros casos do gênero que aconteceram no Brasil, como o caso da cidade de Monte Mor (SP). Em fevereiro deste ano, um adolescente, de 17 anos, foi apreendido após arremessar uma bomba caseira pela janela em uma escola. A bomba chegou a explodir no vaso sanitário, mas não houve feridos. O garoto estava com uma machadinha e trajava roupas pretas, além de exibir uma suástica no braço. O menino foi ex-aluno da unidade atacada, mas havia deixado a instituição há alguns anos.
Em novembro de 2022, três pessoas morreram e 11 ficaram feridas em dois ataques a duas escolas de Aracruz, no Espírito Santo. Os ataques aconteceram na Escola Darwin, da rede particular, e na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Primo Bitti. O episódio é considerado um dos ataques mais violentos.
Em Vitória, no Espirito Santo, um ex-aluno, de 18 anos, invadiu a Escola Eber Louzada com facas, bombas caseiras, três bestas, flechas e coquetel molotov, em fevereiro do ano passado. O ataque deixou uma pessoa ferida. Quando foi detido, ele fez referência a outro ataque terrorista em massa, da Rússia.
Na cidade baiana de Barreiras, um aluno de 15 anos utilizando uma faca e um revólver do pai, um subtenente aposentado, invadiu a escola cívico-militar Eurides Sant’anna. O rapaz chegou a anunciar o atentado nas redes sociais, que culminou na morte de uma jovem cadeirante.
Em Morro do Chapéu, Bahia, um aluno de 13 anos ateou fogo na Escola Municipal Yeda Barradas Carneiro, onde estudava. A Polícia Civil baiana afirmou que o estudante entrou na escola e atirou explosivos caseiros do tipo coquetel molotov, que causaram as chamas. Não houve mortes.

Em outubro do ano passado, um aluno de 15 anos atirou em três estudantes de uma escola pública em Sobral, Ceará. Um deles morreu. O autor do ataque disse à polícia que sofria bullying e usou uma arma registrada em nome de um CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador) que era seu familiar.
Em Mesquita, Rio de Janeiro, também no ano passado, um aluno levou um galão de gasolina para a escola, jogou o produto na entrada da sala e ateou fogo com um isqueiro. O jovem ainda fechou a porta da sala, mas não houve feridos.
Três alunos da Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes, no Jardim Guanabara, na Ilha do Governador, foram esfaqueados em 6 de maio do ano passado, por um colega dentro da unidade de ensino. Além das vitimas com ferimentos leves, o agressor também se machucou nas mãos. Ele era um adolescente 14 anos que atacou duas colegas de classe pelas costas e um outro aluno que tentou defender as meninas.
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