A torcida para que façam com Moro o que ele fazia em Curitiba. Por Moisés Mendes

Atualizado em 4 de junho de 2023 às 9:37
Senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Foto: Reprodução

Todo mês tem uma torcida para que alguém seja preso, dependendo das circunstâncias que envolvem os que poderiam, por delitos diversos como extremistas de direita, perder a liberdade, mesmo que temporariamente.

Bolsonaro já foi considerado quase preso muitas vezes. Há pelo menos dois anos Carluxo vai e volta até a porta da cadeia e retorna à vida normal.

Agora anunciam, mais como torcida, que é provável, muito mais do que se pensa, a prisão preventiva de Sergio Moro, pelo acúmulo de denúncias graves.

O ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão disse o seguinte à TV 247, a respeito das acusações do empresário Tony Garcia, de que Curitiba era a Guantánamo da Lava-Jato, pela estrutura de coação contra presos, montada com o consentimento e sob a gestão de Sergio Moro:

“Pelas revelações recentes, arrisco a dizer que a perda de mandato e a prisão do ex-juiz estão mais perto do que se pensa. Moro terá que dar satisfação até mesmo de material apreendido, que sequer entrou nos autos, e os métodos escabrosos adotados por ele para coagir e incriminar seus adversários políticos e de profissão. Devo dizer que Moro agiu como líder de máfia. A hora é de colocar essa sujeirada toda em pratos limpos”.

Tem prato sujo para todo lado, mas não há nada de concreto que possa sinalizar a prisão de algum fascista dos grandes, pelo menos por enquanto.

Por que Moro seria preso? Ele poderia tentar fugir? Tentaria eliminar provas? Pode aumentar sua influência no Tribunal Regional da 4ª Região e atrapalhar a sindicância aberta pela corregedoria do Conselho Nacional de Justiça na estrutura da Lava-Jato?

Aragão é parte do time dos que torcem para que algo mais drástico aconteça, até porque até agora não temos nenhum figurão preso.

Prenderam figuras secundárias próximas a Bolsonaro, o delegado Anderson Torres (já libertado) e o coronel Mauro Cid, além dos mais de 1.400 manés do 8 de janeiro.

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e Jair Bolsonaro, ex-presidente. Foto: reprodução

Mas não prendem protagonistas. Por isso as redes sociais fazem campanha para que a prisão preventiva, usada arbitrariamente por Moro, seja usada contra ele.

Mas seria preciso outro Moro, para que o Moro dos desmandos da República de Curitiba fosse preso. Por enquanto, todos continuam soltos e sem ameaça real de que possam ir parar na prisão.

Moro pode ser o novo Aécio da direita. Aécio parecia muitas vezes sem chance de salvação e na última hora se salvava. O tucano está aí até hoje, voando com meia asa ao lado de Eduardo Leite.

O que se pode fazer, como diversão, e diante da certeza de que um deles em algum momento irá para a cadeia, é tentar adivinhar quem será o primeiro.

Texto originalmente publicado no Blog do Moisés Mendes.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link