Acordo sobre a PEC dos Precatórios causa discórdia entre senadores; Entenda

Atualizado em 8 de dezembro de 2021 às 19:32
Senado Federal
Divergência entre os senadores sobre a PEC dos precatórios

Na tarde de hoje (08), o Congresso realiza a cerimônia para a promulgação da PEC dos Precatórios, após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), fecharem um acordo entre as duas casas, para fatiar a pauta, com o compromisso de votação dos pontos que restarem para a próxima semana.

A sessão está sendo marcada por divergência entre os parlamentares. Senadores falam que houve quebra de acordo na escolha dos trechos da proposta a serem publicados de maneira fatiada.

No entanto, na lista de promulgação consta um artigo que não condiz com a demanda dos senadores a respeito da necessidade de vinculação do espaço fiscal criado pela PEC à seguridade social.

Leia também

1- Flávio Bolsonaro garante que candidato bolsonarista pode vencer ACM Neto

2- Lula detona Bolsonaro e mira 2022: “Quero voltar para fazer mais do que já fiz”

3- Moro fez tentativa torpe de enganar ao acusar STF de erro judiciário, diz Prerrogativas

PEC dos Precatórios

Segundo a senadora Simone Tebet (MDB-Ms), a vinculação, estabelecida no artigo 4° da proposta do Senado, que previa a vinculação do espaço fiscal ao gasto com programas sociais e vacinação, foi colocada como condição para que o fatiamento da PEC fosse aceito pelos senadores.

Rodrigo Pacheco apontou que  tema será analisado em votação na próxima terça-feira na Câmara. Mas a questão apontada por Tebet e pelo senador Álvaro Dias (Podemos-PR) é que a PEC a ser promulgada parcialmente nesta quarta já traz uma redação para o artigo 4º sem a desejada vinculação.

O artigo 4º trata do  aumento do limite decorrente da aplicação do disposto no inciso II do § 1º do art. 107 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias deverá, no exercício de 2021, ficar restrito ao montante de até R$ 15.000.000.000,00 (quinze bilhões de reais), e ser destinado exclusivamente ao atendimento de despesas de vacinação contra a Covid-19, programa de transferência de renda, ou relacionadas a ações emergenciais e temporárias de caráter socioeconômico e em 2022 ser destinado somente ao atendimento das despesas de ampliação de programas sociais de combate à pobreza e à extrema pobreza.

O senador Fernando Bezerra, relator do texto no Senado e líder do Governo na Casa, defende a promulgação e diz acreditar na palavra da Câmara: “Eu não tenho dúvidas, e o Governo irá recomendar na Câmara, a vinculação desse espaço fiscal. A Câmara tem a sua prerrogativa de examinar se irá vincular ou não. Quanto ao programa permanente e não transitório, a Câmara já se manifestou, através de seu presidente, que vai apoiar. E a segunda preocupação central, que é a questão da vinculação, eu não tenho dúvida que haverá a compreensão para manter. Portanto, eu quero aqui renovar um apelo de compreensão, em nome dos brasileiros e dos mais pobres, vamos avançar na questão da promulgação.”, disse o senador.