
O adolescente que matou uma professora e feriu outras quatro pessoas em uma escola estadual de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (27), vinha anunciando o atendado nas redes sociais desde o último domingo (26).
Em seu perfil fechado no Twitter, o aluno usava o nome Taucci e uma sequência de números, o sobrenome é em referência ao jovem que abriu fogo contra colegas durante o massacre de Suzano, em 2019.
“Vocês acham que faço amanhã e vê o que vai acontecer sem um armamento decente ou não?”, questionou o estudante nas redes.
Em seguida, um usuário anônimo, dedicado a publicar vídeos e fotos homenageando os autores dos massacres de Suzano (SP) e de Aracruz (ES), perguntou como o adolescente de 13 anos ‘iria fazer’.
“Irá acontecer hoje, esperei por esse momento minha vida inteira, tomara que consiga [sic] alguma kill pelo menos, minha ansiedade começa a atacar por causa disso, enfim… me desejem boa sorte”, respondeu.
Cerca de 20 minutos após o ataque, o mesmo perfil que estava interagindo com o jovem disse que iria “privar a conta”. Mais tarde, o usuário publicou um vídeo homenageando o crime, usando um vídeo do adolescente sendo levado até o carro de polícia.
“Fazem edits pra mim mais tarde, irei ficar feliz com eles, mesmo não vendo elas”, escreveu o aluno no dia do crime. “Umas 6:50 já tô fazendo o acontecido provavelmente”, publicou.

Em coletiva de imprensa, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que qualquer um que tenha curtido, comentado ou sequer clicado nessas publicações, será investigado e intimado a depor.
Em depoimento prestado nesta tarde, na presença dos pais, o estudante disse que sentia tristeza “há muitos anos” e que planejou o atentado por dois anos com o intuito de “acabar com toda a angústia que sentia”.

O garoto descreveu em seu perfil no Twitter o passo a passo de seu crime. Segundo ele, o “molotov falhou” e faltava “colocar as coisas na mochila”: provavalmente, os apetrechos que viria a usar para o cometimento do atentado, em especial a faca.
Ele também afirmou que se inspirou nos massacres de Suzano e de Columbine, nos Estados Unidos, em 1999, para realizar o crime.
O adolescente disse que sofria bullying por causa de sua aparência física na Escola Estadual Thomázia Montoro, onde o crime ocorreu, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, e em outras unidades de ensino onde ele estudou anteriormente.
Segundo o estudante, ele era chamado de “rato de esgoto” e, por isso, brigou e xingou um colega de “macaco” na semana passada. Ele disse ainda que a professora Elizabeth Tenreiro, assassinada por ele, foi quem apartou a briga na ocasião.
Ainda em seu depoimento, o aluno afirmou que “sua vontade” era realizar o atentado “com uma arma de fogo.” Ele diz que tentou adquirir uma pela internet durante os últimos dois anos, mas acrescentou que “seus planos sempre falharam.”