Após decisão sobre Lula, Folha de S.Paulo entra em campanha e alerta sobre “Risco PT”

Atualizado em 8 de março de 2021 às 23:38
Otávio Frias Filho, ex-diretor de redação da Folha de S.Paulo. Seu espírito permanece vivo no jornal. Foto: Reprodução/Globo

Mas não se preocuparam nem em disfarçar. Primeiro, foi Miriam Leitão. Depois, o portal UOL, do Grupo Folha. Finalmente, ainda no mesmo dia da decisão que tornou Lula elegível em 2022, a Folha de S.Paulo já entrou na campanha contra o ex-presidente. O jornal já alerta, em reportagem de Eduardo Cucolo:

“Frustração com governo e risco PT afetam cenário econômico, dizem economistas”.

É… certas coisas nunca mudam. É hora de tirar o discurso de frente ampla de campo, há algo mais importante a se fazer! Voltam-se as baterias da imprensa para seu alvo tradicional: o Partido dos Trabalhadores e seu maior líder, Lula.

Leia, abaixo, a veloz reação do maior jornal do país à decisão que coloca Lula de volta no jogo eleitoral.

A possibilidade de um segundo turno entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Lula nas eleições de 2022 é vista como um fator adicional de incerteza em relação ao cenário econômico brasileiro e que deve ser colocado no preço de ativos, como o dólar, e postergar decisões de investimento.

Com a volta de Lula ao debate eleitoral, a desvalorização dos ativos brasileiros passa a refletir a frustração com o atual governo somada ao risco do retorno à política econômica dos governos petistas. Essa piora poderia inclusive intensificar o ritmo da alta dos juros esperada para este ano.

Desde 2019, o câmbio brasileiro segue descolado das divisas de outros países emergentes, por conta da frustração com a ação do governo atual na área fiscal e na agenda de reformas. Esse cenário piorou desde o ano passado, com a falta de ação no combate à pandemia. Em 2021, juntou-se a isso uma postura mais intervencionista na economia por parte do presidente.

A avaliação de economistas ouvidos pela Folha é que há pouco risco de o atual presidente abandonar de vez a agenda liberal, em busca de apoio popular, neste momento. Pelo contrário, a polarização com a esquerda poderia reforçar a necessidade de resgatar os compromissos de campanha na área econômica.