Após indiciamento do pai, Eduardo Bolsonaro critica PF: ‘Cachorrinhos do Moraes’

Atualizado em 21 de março de 2024 às 10:05
Deputado federal Eduardo Bolsonaro. Foto: Divulgação

O deputado federal Eduardo Bolsonaro fez declarações polêmicas em meio ao indiciamento de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, pela PF por fraude em cartões de vacinação da covid-19. Eduardo afirmou que prender o ex-presidente “não vai ser fácil” e questionou o papel da PF, sugerindo se ela continuará sendo “cachorrinho” do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O caso agora está sob análise do Ministério Público Federal, que decidirá se apresentará uma denúncia formal à Justiça para instaurar uma ação penal. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, concedeu um prazo de 15 dias para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar.

As declarações de Eduardo Bolsonaro foram concedidas em uma entrevista ao jornal Diário da Região nesta terça-feira (19). O deputado está em São José do Rio Preto (SP), participando de eventos em comemoração ao 172º aniversário do município. Durante sua estadia, ele visitou o 17º Batalhão da Polícia Militar, onde recebeu uma homenagem, e também participará da Marcha de Jesus.

Eduardo cobrou uma investigação da PF sobre uma suposta invasão e inserção de registro falso de vacinação do ex-presidente no Sistema Único de Saúde (SUS), feita por alguém utilizando um e-mail com o nome “Lula”. Ele questionou se a PF investigará esse e-mail ou continuará sendo “cachorrinho” de Alexandre de Moraes.

Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Foto: Divulgação

É importante ressaltar que o caso mencionado pelo deputado não é o mesmo investigado pela PF. A informação sobre o registro falso de vacinação utilizando o e-mail “[email protected]” foi divulgada pela prefeitura de São Paulo em maio de 2023 e está sob investigação. A Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que o registro é falso e apontou falhas no sistema que dificultam a identificação do autor da fraude.

O inquérito no qual Jair Bolsonaro foi indiciado trata de registros de doses supostamente aplicadas em Duque de Caxias (RJ). Os investigadores identificaram que os dados foram inseridos no sistema do Ministério da Saúde pelo secretário municipal João Carlos de Sousa Brecha, também indiciado pela PF.

A emissão do certificado com os dados supostamente fraudulentos partiu da conta ligada ao ex-presidente, cujo e-mail utilizado era do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, também indiciado. Eduardo Bolsonaro também comentou sobre a possibilidade de prisão de seu pai, afirmando que acreditam que querem prendê-lo devido ao “estrago” que ele causou “na corrupção” e no meio político.

Ele reiterou que “não vai ser fácil” efetuar a prisão de Jair Bolsonaro e mencionou o crescimento da direita em outros países como Portugal como um obstáculo. Bolsonaro foi indiciado por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação, encerrando as investigações da Operação Venire.

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