Appio diz ao CNJ que investigava destino de R$ 3 bi da Lava Jato quando foi afastado

Atualizado em 14 de junho de 2023 às 16:31
O juiz Eduardo Appio, afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba. Foto: Reprodução

Afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba, o juiz Eduardo Appio afirmou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que investigava o destino de R$ 3,1 bilhões arrecadados pela Lava Jato em acordos de colaboração premiada quando foi retirado do cargo. O valor foi depositado por empresas e delatores em contas bancárias da Justiça, comandadas anteriormente por Sergio Moro e Gabriela Hardt. A informação é da coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.

Os pagamentos eram parte dos acordos firmados pelas companhias e seus executivos ao confessarem crimes e apontarem outros culpados à Justiça. A maior parte do valor, R$ 2,2 bilhões, foi transferida para dezenas de estatais e órgãos públicos, incluindo instituições do Judiciário. A aplicação do dinheiro, no entanto, é um mistério, segundo o juiz.

Ao CNJ, Appio afirmou que diversos órgãos do Judiciário receberam montantes de dinheiro da Lava Jato, segundo levantamentos feitos por servidores da 13ª Vara. A 12ª Vara de Curitiba, por exemplo, teria sido beneficiada com R$ 2 milhões. A 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, comandada por Marcelo Bretas, teria recebido cerca de R$ 10 milhões, de acordo com o levantamento.

O juiz afirma que a destinação de dinheiro para varas do próprio Judiciário precisa ser melhor apurada. Outra parte dos recursos foi destinada a empresas da União, como Petrobras, Transpetro e a Caixa Econômica Federal.

Appio depôs ao CNJ no dia 31 de maio, por determinação do grupo que realiza correição extraordinária na 13ª Vara de Curitiba e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

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