Apresentam os kids pretos como se fossem os marcianos do golpe. Por Moisés Mendes

Atualizado em 1 de outubro de 2023 às 10:39
O general Ridauto Lúcio Fernandes. (Foto: Reprodução)

Moisés Mendes

De surpresa, como se saídos do nada, aparecem por todo lado os kid pretos, da turma do general Ridauto Lúcio Fernandes, acusado de articular e instigar a invasão de Brasília no 8 de janeiro.

Chegaram a Ridauto, que se submeteu a busca e apreensão da Polícia Federal, e ficamos sabendo que ele não é um desatinado avulso que filmou e comemorou a invasão.

Ridauto integra uma tropa especial de pelo menos 2.500 militares da elite do Exército. Muitos deles podem ter estado em Brasília, com participação ativa na depredação.

Em junho, o jornalista Allan de Abreu, da revista Piauí, alertou que os kids pretos poderiam ter sido usados como agitadores do golpe. A grande imprensa não deu bola.

Os kids pretos, que agora parecem marcianos para os jornalões, foram treinados nos quartéis para ações de ‘guerra’, mas com o pretexto de que deveriam se preparar para combater terroristas.

Ficamos sabendo que eles têm prestígio no contingente militar. E que está cada vez mais provado o envolvimento de gente dessas tropas, de forma organizada, no 8 de janeiro.

Por que só agora? Por que a imprensa não sabia, até a operação de busca e apreensão na casa do general, que os militares tiveram envolvimento direto nos atos golpistas? Por que só a Piauí se dedicou às suspeitas de que os caras eram de uma turma especial de golpistas?

Por que só agora repetem que o general investigado e os generais Luiz Eduardo Ramos e Eduardo Pazuello (sim, aquele da pandemia) e mais o coronel Mauro Cid são kids pretos, assim apelidados por usarem boinas pretas nos quartéis?

O tenente-coronel Mauro Cid. (Foto: Reprodução)

É estranho que, tendo participação relevante no 8 de janeiro (alguns deles com os rostos cobertos), só oito meses depois os kids pretos surjam na grande imprensa como organizadores e destruidores na invasão, como se fossem os marcianos esperados pelos manés.

Sabemos, meio atrasados, que eles foram convocados por Bolsonaro para participar da organização e da operação golpe. Por que a CPI do Congresso nada ficou sabendo antes desse protagonismo de homens treinados para grandes batalhas?

Descobrimos que, ao invés de combater terroristas, como dizem que seria a missão dos kids pretos, o general Ridauto estava ao lado deles na destruição dos prédios dos três poderes.

É um kid preto de quinta categoria, fracassado por ter se revelado um militar incompetente para fazer o que pretendia.

Imaginem o Brasil dependendo desses kid pretos de araque para defender suas fronteiras.

Uma elite que nem golpe sabe aplicar. Mas os manés foram presos, e o general da Swat Tabajara está solto. Ele e todos os outros kids pretos do 8 de janeiro.

São desatinados da segunda divisão da extrema direita fardada.

Publicado originalmente em Blog do Moisés Mendes

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