Augusto Aras não tem a menor pretensão de indiciar Bolsonaro por causa do relatório da CPI da Covid. E o PGR tem dito a aliados que não está com um pingo de medo da reação de deputados e das ameaças de convocação. O Procurador tem garantido que não vai se colocar no meio da briga política entre o presidente e o Congresso. E tem deixado chegar um recado aos políticos.
Segundo pessoas ligadas ao Procurador, ele não gostou do tom de ameaça que Senadores e deputados fizeram. Alguns deles chegaram a dizer publicamente que irão convocar o PGR para depor na Câmara, caso o relatório termine em pizza. Isso é uma forma de pressão para que Aras leve adiante ao menos alguns dos crimes apontados pela Comissão.
Mas o efeito tem sido contrário, ao menos até este momento. O Procurador não gostou do recado e retrucou na mesma letra. Ele lembrou que não faz parte da administração do Executivo e isso pode ser um impedimento para convocação.
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Aras e o recado
O PGR deixou chegar a pelo menos quatro deputados importantes um recado claro. Ele não pode ser convocado, assim como ministros do STF não podem. E Aras foi claro ao dar a entender que usará o que acredita ser seu direito ao pé da letra e às últimas consequências.
Os parlamentares que receberam o recado já interpretaram a decisão como uma resposta. Não haverá indiciamento e, nos corredores, fala-se que não haverá mesmo uma convocação. Mesmo assim, os deputados já deixaram claro que não irão esquecer, caso o relatório da CPI seja engavetado. “O mandato dele tem prazo de validade”, ameaçou um deputado.
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