As armas e os homens de Gaddafi

Atualizado em 13 de junho de 2013 às 15:20
Mercenário abatido na Líbia

Em sua História da Inglaterra para Crianças, Dickens fala compungido sobre a guerra civil que engolfou a Inglaterra na segunda metade do século 17. Foram quatro anos, ao longo dos quais ingleses mataram ingleses, e ao fim dos quais o rei Carlos 1 terminaria preso, julgado e decapitado.

Começava a historia moderna da Inglaterra como uma democracia.

Ingleses matarem ingleses. Dickens repetiu algumas vezes, melancólico, esta expressão.

Muammar Gaddafi, na Líbia, está fazendo coisa ainda pior. Contratou mercenários da África e da Europa para matar líbios indefesos.  É difícil definir o horror deste gesto de Gaddafi. Com ele o ditador mostra por que é conhecido como “Cachorro Louco”.

Ele está no poder desde 1969. Na lista da corrupção da Transparência Internacional, a Líbia ocupa a 146.a posição entre 174 países avaliados.

O “Mundo Livre” consome avidamente petróleo líbio. E vende também intensamente produtos para Gaddafi.

Armas, por exemplo. As grandes potências ocidentais estiveram presentes à Feira de Armas da Líbia, em 2009. Um dos maiores pavilhões ali era o da Inglaterra, o que vem sendo falado repetidamente, com constrangimento,  pela mídia britânica.

Na Feira Gaddafi  fechou múltiplos negócios milionários.

De lá vieram muitas das armas  que, agora, mercenários contratados por Gaddafi usam para matar líbios desarmados que querem apenas uma coisa: liberdade.