Sob Bolsonaro, poder de compra de combustível desabou no Brasil

Atualizado em 10 de março de 2022 às 16:10
Montagem com a imagem de Bolsonaro e de um posto de combustível
Bolsonaro fez o preço do combustível disparar no Brasil – Foto: Montagem

Desde janeiro de 2019, início do governo Bolsonaro, o preço da gasolina no Brasil aumentou 79% nas bombas. Levantamento do DCM mostra que o combustível disparou desde que o atual presidente assumiu o mandato. Nas refinarias, o crescimento é ainda pior e de acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a gasolina e o gás de cozinha subiram cinco vezes mais que a inflação oficial no período. O valor do diesel subiu quatro vezes.

No gás de cozinha, a alta foi de 100,1%, e no diesel, de 95,5%, segundo dados da Petrobras analisados pelo Dieese. O valor final dos preços dos combustíveis nas bombas depende também de impostos e das margens de lucro de distribuidores e revendedores.

A reportagem fez uma pesquisa que apontou o valor da gasolina nas bombas em dezembro de 2018, último mês antes de Bolsonaro assumir. Neste período, para abastecer um litro eram necessários R$ 4,34. Com o aumento anunciado nesta quinta-feira (10), o preço pode chegar a R$ 7,79. Isso daria um aumento de 79%.

O governo manteve a política de paridade de importação (PPI), implantada a partir da gestão de Michel Temer (MDB). O sistema acompanha os preços do mercado internacional do petróleo e derivados, incluindo no preço os custos de importação e da variação cambial.

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Quanto era o combustível na era PT

Para quem se pergunta se o preço do combustível no Brasil sempre foi tão caro, a resposta é: não. Levantamento do DCM mostra que, em dezembro de 2015, portanto, meses antes do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, a realidade era outra.

Na época, o litro da gasolina nas bombas estava em R$ 3,29. O aumento é de 136% daquela época até hoje. Numa comparação mais justa, na época de Dilma, um salário mínimo (R$ 788,00) abastecia 239,5 litros de gasolina. Atualmente, com o aumento confirmado, o salário de R$ 1.212,00 permite o abastecimento de apenas 155,58 litros. Em litros abastecidos, a capacidade de compra caiu 53,9%, em plena crise.

Imagem com o preço do combustível com Dilma e com Bolsonaro
Preço do combustível era muito menor com Dilma – Foto: Montagem

 

Imagem com o preço do combustível com Dilma e com Bolsonaro
Poder de compra era muito melhor dom Dilma – Foto: Montagem

O novo aumento de combustível e gás de cozinha

A Petrobras anunciou, nesta quinta-feira (10) novos reajustes nos preços da gasolina, diesel e GLP, o gás de cozinha. O aumento entrará em vigor a partir da próxima sexta-feira (11). O repasse para o consumidor final, afetando diretamente os preços das bombas e do botijão de gás, ainda não está definido se e quando irá ocorrer, porque depende de cada revendedor.

Nas distribuidoras, o preço médio da gasolina passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 o litro, um aumento de 18,77%. O diesel também sofreu reajuste. O preço médio do litro passará de 3,61 reais para 4,51 reais, alta de 24,9%. Já o quilo do gás de cozinha passará de 3,86 reais para 4,48 reais.

É aqui que o DCM se baseou nos cálculos. Até hoje, o valor nas bombas eram 2,02 do total da refinaria e, se for mantido a mesma base, o litro chegará a R$ 7,79.

“Após 57 dias sem reajustes, a partir de 11/03/2022, a Petrobras fará ajustes nos seus preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras”, afirmou a empresa em comunicado.

Edição: Daniel César

Visual: Naian Lucas

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