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Balcão de Michelle é original porque mostra o Brasil nivelado por baixo e bancado por 57 milhões de cúmplices

Michelle Bolsonaro e seu cabeleireiro Agustin Fernandez: mocó bancado por 57 milhões de brasileiros

É certo que o preconceito e a discriminação devem ser evitados sempre. Especialmente quando se trata de poder público. Em muitos casos, o justo é agir de forma contrária: proteger os que mais precisam em desfavor dos abastados.

Isso é fato.

O que acontece no governo bolsonaro é diferente, como mostra matéria sobre o balcão de negócios montado pela primeira-dama Michelle para cevar a conta-corrente de amigos usando recursos da Caixa Econômica Federal em plena pandemia.

Ali não tem espírito público.

O dinheiro foi liberado apenas porque se trata de um grupo próximo da mulher do presidente: o florista, a boleira, o amigo da boleira, a dona da botique que veste Michelle e a nora – Heloísa, mulher de Eduardo Bolsonaro -, o cabeleireiro e, entre outros, uma ambiciosa proprietária de óticas.

Todos, sem exceção, formam uma rede de amigos que convivem com família do presidente.

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Bolsonaristas, cidadãos de bem e que não dispensam uma mamata em nome de sair como um débil mental pelas ruas gritando contra as instituições, a corrupção, a vacina e procedimentos elementares da vida em sociedade.

Michelle já foi flagrada recebendo R$ 89 mil de Frabrício Queiroz. No total, foram 27 cheques que o milicano, chefe da rachadinha de Flávio Bolsonaro, depositou na conta da primeira-dama.

Agora se vê às voltas com outro crime de pequena monta. Passa vergonha nas redes, sai de malaca na história e o baile segue, sem que ninguém se importe.

Esse é o problema do país sob Bolsonaro. Ele nivelou por baixo, como se o Brasil se resumisse a um grupo de milicianos, donos de pequenos negócios, pastores venais e gente sem qualificação.

São esses desclassificados que montam claques para defender o genocida nas suas pregações contra a ciência, a academia, a vida pública e as instituições.

Por que a miudeza de Bolsonaro é original

Bolsonaro empoderou uma miudeza e criou um mocó. Mas não deveria ser assim. O correto seria elevar essa gente. Transformá-las em cidadãos críticos, plenos e autônomos.

Mas, convenhamos, nisso o clã domindado pelo genocida está sendo original. Bolsonaro sinalizou em inúmeras oportunidades como iria agir quando chegasse à presidência. Ele fez. Fodam-se os prejudicados.

Michelle é apenas a mulher certa, na hora certa e no local certo.

O Brasil quis assim. Ao lado da primeira-dama marcham 57 milhões de cúmplices.

Jose Cassio

JC é jornalista com formação política pela Escola de Governo de São Paulo

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