BBC publica fake news sobre brasileiros que vão lutar contra a invasão da Ucrânia

Atualizado em 3 de março de 2022 às 16:16
Matéria da BBC sobre a guerra
Matéria da BBC: fake news

A usina de picaretagens da imprensa nacional na cobertura da guerra da Ucrânia está à altura do que foi produzido nos tempos de Lava Jato.

A BBC Brasil resolveu se dedicar a uma cascata numa matéria francamente fraudulenta. É fake news na veia, um pouco mais disfarçada que as do delinquente Allan dos Santos.

“Quem são os brasileiros que querem lutar contra a invasão da Ucrânia?”, pergunta o título. 

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A reportagem fake da BBC

“A invasão da Rússia à Ucrânia tem atraído atenção de brasileiros que dizem querer participar do conflito lutando ao lado das forças de segurança ucranianas”, diz a reportagem.

Uau. Quantos? Deve ter uma fila. Não: “A BBC News Brasil localizou pelo menos um brasileiro que diz atuar no combate aos russos e que afirma ter sido acionado por outros brasileiros querendo participar dos embates”.

Só um? E ele merece um espaço desse tamanho? Mas vamos lá.

Após um enrolação com dados e estimativas sobre o conflito, ficamos sabendo que “grupos no Facebook e no Telegram acompanhados pela BBC News Brasil nas últimas duas semanas mostram que a procura de brasileiros por informações sobre como participar do conflito existia dias antes da invasão russa”.

Ok. Mas temos mais de um mané para ilustrar essa história? Não. “A embaixada disse não ter conhecimento sobre se brasileiros já conseguiram se alistar a essa legião internacional.”

Eis que chega o nosso guerreiro solitário: “um homem de 29 anos de idade do interior do Maranhão passou a procurar formas sobre como participar da luta contra os russos”.

Segue a palhaçada: “Bruno (nome fictício usado a pedido dele) diz que acompanha a situação da Ucrânia com atenção há alguns meses. Nas últimas semanas, começou a buscar informações sobre como poderia se alistar”.

“Sede de aventura”

“Os principais motivos que o levam a querer ir para a Ucrânia são a paixão que ele tem por assuntos militares e o que ele classificou como ‘sede de aventura'”.

“Sede de aventura”. Pois é. “Bruno” é uma especie de Rambo, certo? Nope. 

“Eu sempre gostei do meio militar. No Brasil, infelizmente, eu não consegui servir ao Exército, mas agora, pretendo me alistar no exército da Ucrânia. É uma sede de aventura. Quero viver esse momento ao lado dos ucranianos”, disse.

“Sede de aventura”. Jesus. Por que o nosso herói ainda não embarcou? “O único empecilho para a sua ida, neste momento, é o preço das passagens”, relata o portal. 

Mas ele é valente! Ele é um bravo! “Todo mundo vai morrer um dia. Eu não tenho medo de morrer lá, no confronto. Tenho só medo de quem vai ficar pra trás, a minha família”, diz o “Bruno”. 

Esse lixo, provavelmente, não seria publicado se o editor não estivesse atrás de uma notícia bombástica contra a Rússia. O repórter levanta os dados, não encontra nada para sustentar a ideia maravilhosa do chefe, mas, mesmo assim, o chefe manda dar. 

É pilantragem pura, num texto que se autodestrói em segundos — uma bomba de efeito mortal para a inteligência, mas capaz de fazer um estrago em inúmeros otários que acreditam na fábula da Fada da OTAN, aquela que paga as contas da BBC. 

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