Bolsonarista que encontrou Jair e Moro em Davos é mentor de ataques à filha de Maria do Rosário. Por Zambarda

Atualizado em 10 de março de 2019 às 16:52
Hiram com Bolsonaro e Moro em Davos. Foto: Reprodução/Instagram

“Fiquei sabendo que, depois de eleito, ele [Bolsonaro] iria até Davos. Vi que eles seguem no Twitter e mandei uma DM pra todo mundo. Aí o Eduardo respondeu”.

“Eduardo me falou: ‘vou mandar minha localização e você vem seguindo até encontrar a gente’. Fiz isso e parei na faixa de pedestre. Atravessou o Bolsonaro. Fiquei andando com eles na rua, uma meia hora, conversando com todo mundo. Foi ali que tirei a foto com ele da rua. Perguntei se não podia conseguir uma credencial. ‘Não sei se sua credencial permite entrar em todas as áreas, mas vem comigo e você entra’, disse Eduardo”.

“Olho pra esquerda e estava (sic) sentado o Bolsonaro, o Filipe Martins, o Heleno, o Paulo Guedes e o Moro em pé mexendo no celular. Grudei no Moro pra tirar uma foto com ele”.

As declarações acima são trechos do podcast de mais de uma hora chamado “Ninguém se importa”, que foi com exclusividade publicado no DCM.

No trecho, que aparece no minuto 35, Hiram Galdino relata como encontrou pessoalmente com Jair Bolsonaro e Sergio Moro no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. No Twitter, Hiram é seguido tanto por Jair Bolsonaro quanto pelo filho Eduardo.

Na mesma gravação, o publicitário Leonardo Oliveira confessa que montou fake news envolvendo Jean Wyllys na facada em Bolsonaro.

Em agosto de 2017, o Diário do Centro do Mundo publicou um perfil de Hiram.

Ele era membro dos Proud Boys, uma autodenominada “fraternidade chauvinista” decidida a empregar violência pelo que consideram uma “defesa da civilização ocidental”.

Também foi apontado como dono da página chamada “Antes e Depois da Federal” no Facebook, cujo propósito oficial seria “denunciar a doutrinação do marxismo cultural” nas universidades.

Expunha homossexuais que teriam se “transformado” nos cursos de nível superior públicos.

Um post de Hiram expunha a filha de Maria do Rosário comparando-a com Eduardo Bolsonaro.

Hiram difamando a filha de Maria do Rosário. Foto: Reprodução/Twitter

Sites de direita como “Faca na Caveira” e “Ataque Aberto” passaram a atacar a jovem. Maria do Rosário também se pronunciou sobre o caso: “minha filha está sendo vítima de criminosos nas redes sociais”.

No dia 24 de fevereiro daquele ano, o DCM publicou com exclusividade que o site 55chan fez ataques à filha da deputada que tinha 16 anos.

Como se trata de um site com perfis anônimos, não era possível estabelecer a origem dos ataques. Maria do Rosário acionou a Polícia Federal para investigar o caso.

Numa entrevista ao Diário no YouTube, a deputada comentou sobre seu trauma das agressões que sua filha sofreu há dois anos.

O que três fontes consultadas pelo DCM garantiram em sigilo é que Hiram Galdino foi o primeiro perfil a fazer ataques contra a filha de Maria do Rosário usando o Twitter.

Elas forneceram a informação com medo de retaliação dele nas redes.

Em 2016, ele foi comissário de bordo na TAM. Foi demitido por comentários na internet. Segundo Hiram, José Dirceu “era acionista e tinha cadeira na sala” da companhia aérea.

Hoje estaria morando em Zurique, na Suíça. É conhecido no Twitter por ter promovido perseguições a blogueiras e jornalistas feministas como Lola Aronovich e Cynara Menezes.

“Conheci a comitiva que estava ali. Os caras já conheciam a gente do Twitter. Diferente do que a mídia falou, eles foram estrelas em Davos. Todo mundo queria falar com Bolsonaro e os ministros. É o Novo Brasil. O mercado trabalha com fatos. Os caras vão investir e estão cagando pra post no Twitter chamando de fascista”, disse Hiram sobre o encontro com presidente.