Embora o presidente Jair Bolsonaro (PL) negue as acusações de irregularidades no governo, ao menos 5 casos de corrupção já foram levantadas. Dentre elas o caso da Covaxin, no ano de 2021, e o escandâlo no MEC.
A suspeita de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin foi uma das principais investigações realizadas pela CPI da Covid, realizada no ano passado no Senado. O caso também é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF). Em 2021, o MPF citou suspeita da ocorrência de corrupção e superfaturamento na compra. Apesar de negar, o Ministério da Saúde chegou a empenhar R$ 1,6 bilhão para comprar a Covaxin, no contrato mais rápido e com doses mais caras, mas cancelou posteriormente a compra.
Outro caso foi o escandâlo de corrupção no Ministério da Educação, no qual a Policia Federal abriu recentemente dois inquéritos para investigar a atuação de pastores no órgão público. Um investiga no ex-ministro Milton Ribeiro e outro os dois pastores, que teriam organizado repasses para municípios. Três prefeitos prefeitos relataram que os pastores pediram propina para auxiliar na liberarão de recursos para as suas cidades. Ribeiro nega qualquer irregularidade. Na manhã de ontem (5), o Senado ouviu o depoimento dos prefeitos.
Dois casos também são investigados, que envolvem meio ambiente e saúde. Em maio do ano passado, o ministro do Meio Ambiente da época, Ricardo Salles, foi alvo de uma operação da PF. Foi investigado funcionários do ministério e do Ibama que favoreciam indevidamente empresas que atuam no contrabando de madeira. Na operação, o então presidente do Ibama foi afastado do cargo. Os envolvidos negam irregularidade.
Outro caso foi o do Ministério da Saúde, que atuou para desembolsar, sem licitação, quase R$ 30 milhões em obras em prédios da pasta no Rio de Janeiro. Sob a justificativa da pandemia, os valores só não foram efetivamente gastos porque a Advocacia Geral da União (AGU) identificou indícios de irregularidades e cancelou os repasses.
LEIA MAIS:
1- Derrubada da Anvisa por Bolsonaro, diretora tenta barrar nomeação de assessor de Queiroga
2- Empresa ligada ao governo Bolsonaro atuou em convênio milionário com Sheik
3- Lei Paulo Gustavo: Bolsonaro veta projeto que destinaria verba para a Cultura
Corrupção no governo Bolsonaro: Oferta de propina no Incra
A mais recente é de um ex-superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no qual relatou à Polícia Federal (PF) uma suposta oferta de propina feita por um lobista.
O advogado Marconi Gonçalves, que comandou a superintendência do instituto no Maranhão entre novembro de 2021 e janeiro deste ano, contou em um depoimento à Polícia Federal que recebeu um pedido de propina logo após tomar posse. A proposta teria sido feita na porta da sede do órgão por um lobista. Em nota, o Incra diz que apura suspeitas de irregularidades na superintendência do órgão no Maranhão.
“Ele chegou e disse para mim: que muitas casas seriam construídas no Maranhão, e ele tinha interesse na construção dessas casas. E que se eu pudesse de alguma forma ajudá-lo, que não mexesse na equipe. Resumindo, ele disse: “Olha, rapaz, vamos fazer o seguinte: aqui todo mundo ganha o seu, e você não vai ficar do lado de fora. Eu te dou 10%”, afirmou Gonçalves