Só os que acham que são ricos permanecem com Bolsonaro. Por Fernando Brito

Atualizado em 6 de fevereiro de 2022 às 23:11
Bolsonaro com olhar preocupado e pensativo. Ele usa terno preto.
Presidente tem maiores aprovações entre os que ganham mais. Foto: Isac Nóbrega / PR / Veja

Publicado originalmente no Tijolaço

Bruno Boghossian, em ótima compilação de dados, mostra na Folha que, comparando-se pesquisas de intenção de voto, em vários segmentos da população. Lula inverteu, com sobras, a situação que Jair Bolsonaro tinha frente a Fernando Haddad em 2018.

Reuni, aí em cima, os gráficos que o jornal apresenta separadamente: entre os jovens (até 24 anos), o que foi uma desvantagem expressiva (35% Bolsonaro e 18% Haddad). hoje são acachapantes 54% para Lula contra 17% de Bolsonaro.

Na Região Sudeste, que tem 43% do eleitorado do país, onde Bolsonaro tinha, em 2018, mais que o dobro de Haddad (40 a 16%) agora é Lula quem dobre com folga a intenção de voto presidencial , com 43% contra 21% do atual presidente.

Entre os com escolaridade superior completa, onde – Deus nos perdoe – o “Mito” teve 3 por um 1 sobre Fernando Haddad (45% contra 15%), agora a situação quase se inverte: Lula tem 39% e Bolsonaro apenas 24%.

Esta “virada” vai se repetindo por quase todos os segmentos em que se disseque as pesquisas, menos dois.

Leia mais:

1 – VÍDEO: Bolsonaro mira em alvo vermelho e lamenta não poder dar arma para o povo

 

2 – Eduardo Bolsonaro tem conta bloqueada no Twitter e reclama; entenda

 

3 – Moro diz que Bolsonaro “comemorou quando Lula foi solto”

Bolsonaro quer disputar eleitorado evangélico

Os evangélicos, ainda assim num virtual empate, ainda que com vantagem numérica para Lula e em outro, que está à espera de análises sociológicas: os que ganham mais de cinco salários mínimos por mês, que representam 14% da população. Entre eles, dependendo da pesquisa, a vantagem ainda é de Bolsonaro. Embora mais estreita que em 2018, ainda é grande, em algumas pesquisas, perto de ser o dobro.

Se tivesse de ser definido sumariamente, o reduto restante a Bolsonaro é o das classe B e C, o “empresário” (em geral trabalhador por conta própria), homem e de meia idade.

O “cara” que ascendeu, justamente, com Lula e que está falindo com Bolsonaro.

Eu disse que era uma análise sociológica? Desculpe, errei: é uma análise psicológica que merece a subelite brasileira.

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link.

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link.