Relação de Bolsonaro com Centrão está por um fio

Atualizado em 26 de outubro de 2021 às 7:33
Bolsonaro rompimento Centrão
Bolsonaro não vive um bom momento com o Centrão

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A relação de Bolsonaro com Centrão não vive um bom momento e pode ter ruptura entre as duas partes. O presidente não está nem um pouco satisfeito com a atuação de Ciro Nogueira como ministro da Casa Civil. E o senador licenciado também tem se queixado do governante do executivo. A crise também chegou ao Congresso e Arthur Lira já enviou recado nesta segunda (25).

Não é segredo para ninguém que Lira e Ciro não queriam o prosseguimento de Guedes na pasta Econômica. Porém, o presidente optou por estancar a “sangria” com o seu “Posto Ipiranga”. “O Bolsonaro escutou o Centrão e colocou o Auxílio Brasil em R$ 400. Agora ele fez um afago com Guedes, que tem boa relação com o mercado. Ele tem tentado se equilibrar na corda bamba”, explica um membro do Centrão.

“Só que ninguém quer ceder. Todos sabem que o Guedes aceitou o Auxílio Brasil desse jeito porque foi obrigado. Ele é teimoso e não pediria demissão. Agora mantê-lo no cargo é algo que o pessoal político não engoliu muito bem. Isso pode gerar reações”, acrescenta a fonte ao DCM.

Arthur Lira já discutiu com o presidente e aliados dizem que ele chamou Bolsonaro de traíra. Essa insatisfação não é por acaso. Interlocutores do presidente da Câmara juram de pé junto que o chefe do executivo federal prometeu derrubar o ministro da Economia. Aliados do presidente desmentem essa versão. Deixam claro que o governante nunca cogitou essa possibilidade.

Tanto que ocorreram apostas dentro do Planalto. Ministros políticos tinham total certeza que Paulo Guedes seria chutado do ministério. Já a ala ideológica acreditava que o presidente se manteria fiel ao chefe da pasta Econômica. A saída do economista seria o atestado definitivo de incompetência da gestão bolsonarista, na opinião dos radicais.

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Centrão já articula retaliações contra Bolsonaro

Existem conversas de retaliações contra Bolsonaro. Tudo embrionário. O objetivo é traçar planos para, caso ocorra o rompimento definitivo, o presidente não tenha vida fácil. Lira enviou o primeiro recado ao falar da live em que o governante associou a vacina contra Covid com a Aids.

“Se ele [Bolsonaro] não tiver nenhuma base científica, ele justamente vai pagar sobre isso.”, disse o deputado em evento na cidade de São Paulo na segunda (25).

E o presidente percebeu que sua relação está tensa com os parlamentares do Centrão. Tanto que já se reaproximou da base ideológica. Ele tem reclamado de Ciro Nogueira e também dos partidos de centro. Apesar dos seus projetos estarem caminhando bem na Câmara, muita coisa está parando no Senado.

Resta saber agora quem vai roer a corda primeiro.

PP pode ser sua salvação

Bolsonaro tem na mesa uma proposta para se filiar ao PP. Ele tem feito solicitações e a sigla tem demonstrado interesse em ceder. Apesar que há nomes que resistam sobre a presença dele no partido.

O governante falou aos aliados que, se fosse obrigado a se filiar hoje em uma sigla, iria para o PP. A maioria da ala ideológica não é favorável. Principalmente os filhos. Na opinião deles, os bolsonaristas não conseguirão controlar a legenda.

Existe uma grande preocupação que ocorra a mesma coisa que aconteceu no PSL. O presidente aumente a bancada da sigla e depois aconteça uma ruptura, deixando os bolsonaristas sem partido.

E, desta vez, não há nenhum delírio essa desconfiança. Nos corredores de Brasília há quem diga que o plano do PP é usar Bolsonaro para ter uma bancada maior. Se ele for reeleito, seguirá na base governista. Se perder, usarão a força da sigla para compor com Lula ou a terceira via. E, quem sabe, trabalhar para ter a presidência da Câmara entre 2023 e 2024.

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