“Bolsonaro desrespeitou Zelensky”, diz líder de entidade ucraniana

Atualizado em 9 de março de 2022 às 10:02
Bolsonaro e Putin em aperto de mãos
Bolsonaro se encontrou com Putin no início dos conflitos/ Foto: Veja

Em entrevista ao UOL, Vitorio Sorotiuk, presidente da Representação Central Ucraniano-Brasileira, não esconde a decepção com a postura do presidente Jair Bolsonaro (PL) relacionada à investida das tropas russas ao território ucraniano.

Antes da invasão da Ucrânia, Bolsonaro também teria recusado um convite de visita à Ucrânia. Para Sorotiuk, com isso o presidente brasileiro insultou publicamente o mandatário ucraniano Volodimir Zelensky e desrespeitou o país do leste europeu. A desaprovação do comportamento do mandatário brasileiro se tornou ainda mais forte quando, já no início das tensões, Bolsonaro se encontrou com o presidente russo.

“O Bolsonaro ofendeu o presidente da Ucrânia e virou as costas para a gente. Ele apenas decidiu ir à Rússia e oferecer solidariedade ao Putin antes da invasão. Depois, disse que a posição era de neutralidade quando o segundo maior exército do mundo ataca um país pequeno. Espero que ele se comporte como presidente do Brasil, e não como Jair Bolsonaro”, afirmou.

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Bolsonaro recusa visita à presidente ucraniano

O convite foi informado por Zelensky em uma reunião virtual com mais de 30 representantes de entidades ucranianas espalhadas pelo mundo, ocorrida em dezembro de 2021.

Nesta reunião ele [Zelensky] nos informou que já fez um convite para que Vossa Excelência visitasse a Ucrânia (…). Que Vossa Excelência aproveite a viagem a Moscou para também visitar o presidente Volodimir Zelensky em Kiev (…). Gostaríamos de expressar que o conflito na fronteira da Ucrânia com a Rússia é também assunto do Brasil”, disse Representação Ucraniano-Brasileira em carta direcionada a Bolsonaro.

O presidente brasileiro não respondeu ao convite. Em entrevista coletiva de imprensa no dia 27 de fevereiro em São Paulo, o presidente zombou do passado de comediante de Zelensky em meio ao conflito. “O povo [ucraniano] confiou num comediante o destino de uma nação. Ele [Zelensky] tem que ter equilíbrio para tratar dessa situação aí”, disse, sem tentar consertar a situação com a Ucrânia.

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