Bolsonaro diz à Jovem Pan que hacker está “inspirado” e “fantasiando” na CPI

Atualizado em 17 de agosto de 2023 às 15:31
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quinta-feira (17), que o hacker Walter Delgatti Neto está “fantasiando” em seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do 8 de Janeiro.

Em entrevista à Jovem Pan, Bolsonaro disse que se encontrou com Delgatti para falar sobre as urnas eletrônicas, mas que o mandou discutir o assunto com militares de uma comissão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Ele está inspirado hoje. Teve a reunião e eu mandei ele para o Ministério da Defesa para conversar com os técnicos. Ele esteve lá [no Alvorada e na Defesa] e morreu o assunto. Ele está voando completamente”, disse Bolsonaro

O ex-presidente também negou que tenha tido uma segunda conversa para discutir um grampo no telefone do ministro Alexandre de Moraes. Segundo Delgatti, Bolsonaro queria que ele assumisse a autoria do crime que já teria sido cometido.

“Tem fantasia aí. Eu só encontrei com ele uma vez no café da manhã [na Alvorada], não falei com ele no telefone em momento algum. Como ele pode ter certeza de um grampo? Nós desconhecemos isso”, afirmou.

No depoimento, o hacker relatou que foi procurado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) para se reunir com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, com Duda Lima, marqueteiro da campanha de Bolsonaro nas eleições de 2022, e com o próprio Bolsonaro, à época candidato à reeleição.

O plano do grupo era que Delgatti gravasse um vídeo mostrando que as urnas não eram confiáveis. Ele teria uma urna que seria emprestada pela OAB, colocaria um código fonte feito por ele e mostraria à população que seria possível apertar um número e sair outro.

“O marqueteiro disse que o ideal seria que eu falasse sobre a credibilidade das urnas. A segunda ideia era, no dia 7 setembro, eles pegarem uma urna e colocassem um aplicativo meu. Registrar um voto e sair outro”, destacou o hacker.

“O código-fonte é o código aberto. Compilado, ele vira apenas um, que é o que estava na urna. Quem tem acesso ao código-fonte antes de compilado consegue inserir linhas. O código-fonte obedece quem está criando ele. Eles queriam que eu fizesse um código-fonte meu e inserisse essas linhas, que chamam de código malicioso”, completou.

A defesa de Bolsonaro diz que vai entrar com uma queixa-crime contra Delgatti por calúnia, segundo informações da GloboNews.

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