Aliados tentam tirar Bolsonaro das eleições: “Quer que o Lula vença?”

Atualizado em 26 de novembro de 2021 às 18:10
Bolsonaro com a mão no olho e usando máscara
Aliados querem tirar Bolsonaro da disputa eleitoral – Foto: Reprodução

Aliados importantes de Bolsonaro querem tirá-lo da disputa para as eleições de 2022. O argumento de políticos do Centrão, ligados ao governo, é de que há um risco iminente de Lula vencer. A estratégia traçada pro este grupo minoritário do Planalto, é convencer o presidente a não disputar a reeleição no ano que vem. Na visão deles, com isso, o petista seria enfraquecido por outro rival.

Após uma pesquisa interna que Bolsonaro recebeu, mostrando que sua situação é delicada, o burburinho começou. Fontes ligadas ao Planalto indicam que há um movimento para tentar convencer Bolsonaro a não concorrer à reeleição. Eles já teriam dito ao presidente a proposta, mas não foi bem recebida num primeiro momento. “Houve bate boca e o presidente não quis nem ouvir o resto da ideia”, disse uma fonte.

A intenção, no entanto, do grupo é convencer o presidente a mudar de ideia. Sem muita perspectiva de melhoria na economia, parte do Centrão acredita que Bolsonaro já perdeu. “Sem emprego e sem comida, não há vitória”, teria dito um deputado em reunião para debater o tema. A pesquisa interna mostrou que, sem Bolsonaro, tanto Moro quanto Ciro ganham espaço. Por mais que Bolsonaro resista, a frase dita a ele foi forte. “Quer que o Lula vença?”, teria perguntado um aliado.

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Bolsonaro fora da disputa

Segundo a defesa deste grupo, sem Bolsonaro, Moro poderia ganhar protagonismo. O pré-candidato do Podemos chegaria até a 25% das intenções de voto. “Ele poderia antagonizar uma campanha com o Lula e aí seria outros quinhentos”, diz um deputado bolsonarista. A ideia seria esvaziar o discurso de fome e miséria, já que o atual presidente não estaria disputando.

A fonte do DCM, no entanto, afirmou que a ideia é de um grupo minoritário do Planalto e do Centrão. A maioria segue apoiando Bolsonaro e quer o presidente disputando a reeleição. De todo modo, o que antes parecia uma teoria da conspiração, passa a ganhar força no Planalto. Ninguém estranharia se, no fim das contas, ele não for candidato e deixar Moro, Lula e Ciro disputando.