A decisão de colocar Michelle para falar na maior parte do discurso não foi de Bolsonaro, mas de um aliado. A ideia era evitar que o presidente sofresse com mais um panelaço, por isso foi tudo muito rápido. Além disso, praticamente só a primeira-dama falou, estrategicamente. E quem pensou no tema para convencer o presidente foi um de seus ministros.
Em contato com Bolsonaro, pouco antes da gravação, Ciro Nogueira pediu para o presidente mudar o discurso. Ele já sabia que o chefe iria fazer uma apresentação em rede de rádio e TV muito mais duro. Na versão original, criada pela ala ideológica e pelos filhos, haveria comemorações. O presidente falaria do Auxílio Brasil, do controle da pandemia e da recuperação da economia, na visão dele, no ano que vem.
Além disso, estava previsto Bolsonaro lembrar que garantia a vacina para todo brasileiro, mas de modo não obrigatório. Ele também ficaria ao lado de Michelle, mas sem falar nada durante o discurso. Tudo, no entanto, foi mudado momentos antes. A informação foi confirmada ao DCM por duas pessoas diferentes com trânsito no Planalto.
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Ciro Nogueira convenceu Bolsonaro
Uma pessoa contou ao DCM que a conversa entre o ministro e Bolsonaro foi rápida. “Ciro falou para ele sobre o risco de panelaço”, comentou a fonte ouvida pela reportagem. A ala política do governo vinha monitorando os riscos e estava prevista uma grande manifestação contra o presidente. Diante disso, houve o conselho para que o discurso fosse muito curto.
Além disso, Nogueira pediu para Bolsonaro apostar em Michelle. O Centrão considera que a primeira-dama sofre de menor rejeição e de simpatia de praticamente todo o eleitorado evangélico. “Ela falar no Natal foi uma demonstração de abertura religiosa”, garante a mesma fonte. Diante disso, Bolsonaro concordou porque sabe que está perdendo espaço nesse segmento.
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